Remédios para tratar esquizofrenia, asma, bronquite e usados por pessoas transplantadas estão em falta na farmácia de alto custo de Franca, mantida pelo Governo do Estado. O desabastecimento desses medicamentos tem deixado os pacientes aflitos, pois os remédios são usados no controle de doenças graves e, na maioria das vezes, eles não têm condições de pagar pelos produtos.
Alguns desses itens não são encontrados há cerca de dois meses pelos usuários da farmácia. “Meu filho fez transplante renal há dois anos e não pode ficar sem o remédio de jeito nenhum, porque ele evita que aconteça rejeição do órgão transplantado”, disse Maria Cândido, 52, que retira o medicamento Azatioprina para seu filho Diego Ribeiro, 19. A dona de casa está correndo contra o tempo, pois ela só tem seis comprimidos e, ontem, foi informada de que não existe previsão de chegada do remédio na farmácia de alto custo. Seu filho precisa de doses diárias do remédio.
A pespontadeira Fátima Aparecida Souza, 57, não consegue dormir direito se fica sem o remédio para asma, chamado Alenia. Ontem ela esteve na farmácia, mas, pelo segundo mês, saiu sem o medicamento. “O remédio é colocado na bombinha usada por asmáticos e eu acho bem caro, custa cerca de R$ 100”, disse ela. A orientação dada no local, de acordo com os pacientes, é que eles devem ficar telefonando para a farmácia para saber se o remédio chegou, mas não são indicados prazos.
O mesmo medicamento, Alenia, é usado pela cozinheira aposentada Eurípedes Célia Jardim Moreti, 68, no tratamento de bronquite. “Quando tenho crises, procuro por medicamentos semelhantes, mas tenho que ir tomar no Pronto-socorro, é um transtorno”, afirmou. Outra reclamação de falta de medicamento se relaciona ao Olanzapina, produto usado no controle da esquizofrenia. “O certo era eu pegar duas caixas com 30 comprimidos, mas só consegui pegar 10 comprimidos”, disse o lavador de carros aposentado, Washington Antunes, 35.
O problema de desabastecimento na farmácia de alto custo é frequente. No começo deste ano, remédios usados no tratamento de câncer, alzheimer e problemas respiratórios também estavam em falta. Diferentes usuários desse sistema de fornecimento de medicamentos gratuitos reclamam de falta de outros remédios nos últimos meses, mas que se regularizaram agora.
Respostas
A Secretaria Estadual de Saúde informou, via assessoria de imprensa, que, em relação aos medicamentos Alenia e Azatioprina, há um desabastecimento temporário, por conta de atraso na entrega por parte dos fornecedores. As empresas responsáveis pelos produtos estão sujeitas a multa por descumprimento de prazo.
A Secretaria disse, ainda, que o medicamento Olanzapina não está em falta e pode ser retirado normalmente pelo paciente. A Secretaria não informou o prazo para regularização dos remédios.
Fonte: Gcn Net
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