quinta-feira, março 28, 2024

Vacina contra a Dengue: Sanofi Pasteur ou Butantan?

A Sanofi Pasteur, divisão de vacinas da francesa Sanofi, já tem sua vacina – cujo nome é Dengvaxia – liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Por outro lado, a vacina produzida pelo Instituto Butantan ainda não concluiu sua fase final de destes. O Instituto estima que poderá registrar sua vacina e disponibilizá-la somente a partir de agosto de 2018.

As duas vacinas são tetravalentes (imunizam contra os quatro sorotipos da Dengue), mas não são iguais. Enquanto a francesa requer três doses semestrais, o que significa necessitar de um ano e meio para consolidação da imunização – embora já ocorra alguma imunização na primeira aplicação – a brasileira requer apenas uma única dose.

A vacina do laboratório francês, apesar de tetravalente, apresenta pequena eficácia (47,1%) para o sorotipo 2 do vírus, o que faz com que sua proteção geral seja relativamente baixa (65,6%). Em uma referência comparativa, a vacina contra o sarampo oferece uma proteção de 98% e a da febre amarela de 90%.

Para a vacina brasileira a expectativa do Instituto Butantan é de que sua eficácia fique entre 80% e 90%, após a finalização dos testes. Mas, por enquanto, é apenas uma expectativa.

A vacina que já está disponível deverá custar, para hospitais, clínicas e distribuidoras entre R$ 132,76 e R$ 138,53, em função, sobretudo, da variação de ICMS em cada Estado. O preço que o consumidor final pagará por cada dose será bem diferente.

Ainda não existe uma posição formada pelo Ministério da Saúde sobre a distribuição para a população dessa vacina (Dengvaxia) pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Recentemente o Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin afirmou que não irá adquirir a Dengvaxia para utilização no Estado, mas aguardará a conclusão da vacina do Butantan, entre outros motivos pelo fato de ser tetravalente com uma única aplicação.

Entendendo a imunização

A dengue circula a partir do mosquito que pica uma pessoa contaminada. Esse mosquito também fica contaminado com o vírus. Quando picar outra pessoa ainda não contaminada, esta receberá também o vírus.

A vacinação consiste em imunizar as pessoas para que, no caso de ser picada por um mosquito contaminado, o seu próprio organismo não permitirá o desenvolvimento do vírus. Assim, se esta pessoa for picada novamente, por outro mosquito, não haverá vírus nela e o mosquito não se contaminará. Desse modo, reduz-se os vírus em circulação, eliminando a doença.

A vacina está indicada para pessoas entre 9 e 45 anos, que serão imunizadas diretamente, enquanto o restante da população se beneficiará indiretamente, com a redução de vírus circulante.

É importante ressaltar que a vacina atua imunizando o indivíduo vacinado contra os vírus da dengue, não tendo qualquer efeito sobre os vírus da zika e da chikungunya. Tampouco afeta o mosquito vetor, Aedes aegipty, que continuará existindo, porém, cada vez mais, sem estar contaminado pelo vírus, que morrerão no organismo humano.

Priscila Torres

Priscila Torres

Jornalista, motivada pelo diagnóstico de artrite reumatoide aos 26 anos, “Patient Advocacy”, Arthritis Consumer, presidente do Grupo EncontrAR, vice-presidente do Grupar-RP, idealizadora dos Blogueiros da Saúde, eterna mobilizadora social em prol da qualidade de vida das pessoas com doenças crônicas no Brasil.

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