Mielomeningocele, também conhecida como espinha bífida aberta, é uma malformação congênita da coluna vertebral da criança em que as meninges, a medula e as raízes nervosas estão expostas. É um defeito congênito e o principal fator que parece estar relacionado à gênese da lesão é a deficiência de ácido fólico, nutriente essencial para a proliferação e sobrevivência celular durante a formação do embrião. Em geral, os bebês podem apresentar problemas de movimento, urinários e fecais, além de hidrocefalia, presente entre 60% até 80% dos casos.
Tanto a deficiência de ácido fólico no organismo como o uso de medicações que interferem no metabolismo deste nutriente (aminopterina, carbamazepina, metotrexate, fenobarbital, fenitoína, primidona, trimetoprin, ácido valpróico, dentre outras) aumentam o risco de mielomeningocele.
Existem dois tipos de cirurgias que podem ser realizadas para mielomeningocele: a cirurgia intraútero, em geral entre a 24ª e 26ª semana de gestação, e o tratamento cirúrgico após o nascimento, preferencialmente até 48 horas após o parto.
O Dr. Ricardo Santos de Oliveira, médico neurocirurgião pediátrico, conta que realizar a cirurgia precocemente pode minimizar o risco de infecções associadas aos nervos expostos e pode ajudar a proteger a medula espinhal de algum trauma adicional. “Durante o procedimento, o neurocirurgião pediátrico reconstrói os tecidos. Há necessidade do fechamento minucioso da medula espinhal e das camadas mais superficiais como músculo e pele”, explica o especialista.
Desde 1992, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) recomenda o uso de 0,4 mg diários de ácido fólico para todas as mulheres em idade reprodutiva pelo menos 3 meses antes de engravidar. Para as mulheres com risco aumentado, é recomendado o uso de 0,4 mg diários e aumento da dose para 4 mg ao planejarem a gestação.
Sobre Dr. Ricardo de Oliveira – Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP). Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorados pela Universidade René Descartes, em Paris, na França e pela FMRPUSP. É orientador pleno do Programa de Pós-graduação do Departamento de Cirurgia e Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Também é docente credenciado do Departamento de Cirurgia e Anatomia da pós-graduação e tem experiência com ênfase em Neurocirurgia Pediátrica e em Neurooncologia, atuando principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: neoplasias cerebrais sólidas da infância, glicobiologia de tumores cerebrais pediátricos e trauma crânio-encefálico. É presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica (2019/2021). Foi o neurocirurgião pediátrico principal do caso das gêmeas siamesas do Ceará. Atua com consultórios em Ribeirão Preto no Neurocin e em São Paulo no Instituto Amato.
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Fonte: Assessoria de imprensa.