Uma rotina de dor. É assim a definição de uma pessoa com fibromialgia sobre o próprio dia a dia. A síndrome é tão disseminada que chega a ser difícil relatar por onde o desconforto se espalha. É uma dor diferente, em que não há lesão no corpo e não dá para definir se a sensação toma conta dos músculos ou das articulações.
A certeza é de que a pessoa sente um incômodo que toma conta do corpo inteiro – e muitas vezes da mente. Os distúrbios do humor, como ansiedade, são frequentemente relatados. A depressão, por sinal, é muito comum quando a fibromialgia se manifesta. É um transtorno psiquiátrico que, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, acomete 50% dos pacientes.
“A fibromialgia também está associada a transtorno do pânico e a distúrbios cognitivos (problemas para manter a atenção e armazenar fatos na memória). Essa condição faz muita gente procurar primeiramente um psiquiatra”, destaca a médica reumatologista Renata Menezes, do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) e do Hospital da Mulher do Recife (HMR).
Além da dor e de transtornos mentais, a fibromialgia apresenta diversos outros sinais. A pesquisa Fibromialgia: além da dor, encomendada pela Pfizer e realizada no Brasil, México e Venezuela, pelo Instituto Harris Interactive, com 604 médicos (clínicos gerais, reumatologistas, neurologistas, psiquiatras e especialistas em dor) e 300 pacientes, revelou que a síndrome está associada a uma média de oito a 12 sintomas diferentes, como problemas de sono e fadiga sem fim (a pessoa acorda cansada, com a sensação de que não dormiu). Por isso, o diagnóstico não é uma tarefa simples.
“Não é uma dor localizada; é difusa. Acomete a estrutura do corpo acima e abaixo da cintura, do lado esquerdo e direito e, pelo menos, um segmento da coluna vertebral. É inespecífico: o paciente diz que é uma dor forte, intolerável, incapacitante.
Outros dizem que é uma dor disseminada, mas leve como uma queimação e decorrente de um estímulo desproporcional à intensidade do incômodo relatado”, explica Renata Menezes, que participou do programa Casa Saudável, na TV JC, no último dia 2. Fala-se em desproporcionalidade porque, entre as pessoas com fibromialgia, a sensibilidade ao toque é gigantesca: até carinho e abraços chegam a doer.
A pesquisa Fibromialgia: além da dor traz ainda percepções dos médicos sobre a síndrome. A maioria deles (mais de 60%) concorda que os sintomas da síndrome podem ser difíceis de ser distinguidos das manifestações de outras doenças. É um detalhe que pode levar a uma demora no diagnóstico, segundo o levantamento. No Brasil, os pacientes levam quase cinco anos para ter a síndrome detectada e passam por uma média de sete médicos até saber do que sofrem.
“Não há cura para a fibromialgia, mas existe controle. Além do tratamento medicamentoso, o exercício aeróbico, como caminhada e hidroginástica, é essencial. A atividade física libera serotonina (neurotransmissor que leva à sensação de bem-estar) e aumenta o limiar de dor (o paciente passa a ter uma resposta dolorosa menos exacerbada a um estímulo pequeno, como um abraço)”, diz Renata Menezes, que acrescenta um aviso valioso.
“O paciente não pode achar que a fibromialgia é algo qualquer. É uma dor capaz de não levar a uma incapacidade física, mas atrapalha o dia a dia, aumenta o estresse e piora a qualidade de vida”, frisa a médica.
Assista ao programa da TV JC sobre o tema: www.casasaudavel.com.br
PE com 12.822 casos de dengue, zika e chicungunha
Em alerta para reverter a zona epidêmica de arboviroses em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde acaba de lançar a campanha Sem mosquito não tem doença. Com peças informativas sobre medidas para evitar o nascimento do Aedes, a iniciativa ganha vez em anúncios de jornais, backbus, panfletos, abrigos de ônibus, walkmídia e painel em metrô. “Precisamos reduzir drasticamente os depósitos que podem se tornar ideais para o mosquito colocar seus ovos. Só assim conseguimos evitar o adoecimento da população”, destaca o secretário estadual de Saúde, André Longo.
Setembro Amarelo em podcast
Podcast do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, O Fato É…, discute semanalmente um tema em evidência na sociedade. Com apresentação dos jornalistas Rafael Carvalheira e Leonardo Spinelli, o episódio Amarelo 188 esclarece por que precisamos falar abertamente sobre prevenção ao suicídio.
Colaboramos com o programa ao destacar a nossa responsabilidade para compartilhar informações corretas – fundamental para evitar mortes por suicídio. O episódio traz também depoimentos da empresária Carla Aymar, da psicanalista Paula Fontenelle, da psicóloga Ana Andrade Lima e do voluntário do Centro de Valorização da Vida Roberto Maia Filho. Confira no Spotify.
Sarampo pode afetar os olhos
Com o aumento do número de casos de sarampo no Brasil, vale reforçar que, além das manchas vermelhas que começam pelo rosto e se espalham pelo corpo, a doença pode causar complicações oculares. O alerta é da oftalmologista Cecília Cavalcanti, do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope) e da Fundação Altino Ventura.
Ela destaca que o paciente com os olhos acometidos pelo vírus pode ter desde conjuntivite leve até ceratite (inflamação da córnea), podendo evoluir para úlcera corneana e cegueira. No caso de pacientes infectados pelo sarampo, a indicação também é procurar um oftalmologista.
“Quanto mais precoce forem o diagnóstico e o tratamento, melhores serão os resultados e menores as chances de complicações. Os pacientes podem ser medicados com colírios e antibióticos para evitar infecção secundária da córnea e úlcera. Já para as retinopatias mais severas, os pacientes podem precisar de corticoide”, orienta Cecília Cavalcanti.
Sessão gratuita
Para conscientizar sobre a importância da prevenção ao suicídio, a próxima sessão do Cinema no Hospital, projeto sediado no Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife, exibe Yonlu, longa brasileiro baseado na história real do jovem Vinícius Gageiro, que, aos 16 anos, morreu por suicídio após trocar informações em fórum online de discussão sobre o tema. A exibição, aberta ao público, ocorre amanhã, a partir das 9h, no auditório da unidade de saúde. A debatedora será a psicanalista Elizabete Siqueira, doutora em psicologia clínica.
Fonoaudiologia
O Programa de Pós-Graduação em Saúde da Comunicação Humana da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) divulga edital de seleção para mestrado com entrada em 2020. A inscrição pode ser feita, do dia 30 deste mês até 25 de outubro, das 8h às 16h, na secretaria da pós-graduação, localizada no Departamento de Fonoaudiologia da UFPE, na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife. Outra opção é enviar a documentação por procurador ou Sedex. São ofertadas 14 vagas. O edital pode ser conferido neste link: bit.ly/2kgBL52. Informações: 2126-8929 e ppgsch@gmail.com.
Além da doença
O Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau) realiza, nos dias 13 e 14 deste mês, a 2ª Jornada de Medicina, Saúde e Humanidades. O evento acontece das 8h às 17h30, na unidade Boa Viagem, Zona Sul do Recife, e terá como tema principal a saúde com dignidade. O objetivo é ampliar o debate com temas como direitos sexuais e reprodutivos, serviço social na equipe de saúde para pessoas LGBTQ+, alienação parental, oportunidades e dignidade na vida profissional. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas previamente no site: extensao.uninassau.edu.br