A atividade física orientada para os portadores de Espondilite Anquilosante já é considerada com segurança, sendo de suma importância no tratamento da doença, atingindo um percentual de 50% no geral. A experiência internacional tem mostrado que quando os exercícios são bem indicados e controlados, respeitando a individualidade de cada paciente e seus limites no estágio atual da doença, a melhora clínica é frequente e as difi culdades físicas são minimizadas com muito êxito.
Cabe a todos os envolvidos no tratamento estabelecerem a dinâmica e metas a serem atingidas. É importante salientar que a atividade física como um todo vai elevar a confi ança do paciente, bem como melhorar e adequar a sua forma física para desenvolver as suas atividades profi ssionais e de lazer, promovendo assim uma melhora global do ser humano.
Sobre os exercícios físicos devemos ter cautela para que a atividade seja prazerosa e equilibrada, fazer uma divisão nas sessões entre trabalho aeróbico, fl exibilidade e reforço muscular específi co, se tornando útil e necessário.
Portanto, alguns conselhos são relevantes: fazer uma atividade que objetive o trabalho aeróbico e alongamento em uma sessão; em outra, mobilidade e reforço muscular sempre que possível; pois assim não ocorre uma sobrecarga física e emocional, ajudando a manter uma variável de estímulo fazendo disso um fator de motivação, caso isso não seja possível então fazer uma sessão que englobe um pouco de cada elemento.
Exemplificando uma sessão:
1) alongamentos específicos para a região posterior das coxas e pernas.
2) caminhada de 20 minutos ao ar livre.
3) mobilidade da cintura escapular (ombros) e região cervical.
4) reforço muscular geral com ênfase na região posterior do tronco (extensão da coluna, adutores de escápulas).
5) volta à calma e mais alongamentos.
Sabemos que a carga de exercícios deve ser moderada e contínua para atingirmos o sucesso no tratamento, enfatizando os alongamentos: principalmente da cadeia posterior da coxa e da musculatura peitoral, mobilidade: escapular, pélvica e cervical são de suma importância.
O trabalho aeróbico deve ser estimulado, no qual devemos usar a caminhada ao ar livre ou em esteiras em academias para ganho de capacidade pulmonar. No trabalho de força devemos observar os exercícios onde usamos mais de uma articulação no mesmo movimento como objetivo principal, pois isso ocasiona uma melhora funcional mais signifi cativa.
Durante a atividade física cuidar com o conforto e a postura na execução dos exercícios conforme condição individual, devendo ser orientada constantemente. É bom lembrar que dor é limitação, então passa a ser uma importante obrigação do educador físico trabalhar com diversos materiais e ambientes, elegendo aquele que no caso tenha maior receptividade e utilidade.
Uma vez que o acesso às atividades aquáticas no Brasil pode estar limitado a uma boa parte dos portadores, as atividades ao ar livre ou em espaços adequados para a prática de exercícios são convenientes para desenvolver-se um trabalho físico.
É importante que o portador de Espondilite Anquilosante saiba que a rotina da atividade física deve ser constante e para toda a vida, e que por isso deve ser uma atividade prazerosa e agradável.
A seguir apresentamos uma lista de exercícios de alongamento.
Utilizar 2x de 30 segundos cada postura!
Figuras extraídas do livro Alongue-se de Bob Anderson.
- Da região posterior da coxa. (Número 40);
- Da região anterior da coxa. (Números 30 e 35);
- Da região anterior do tronco. (Número 38 = fazer o desenho onde a palma das mãos fi que virada para fora no espaldar e número 28);
- Da região geral do tronco (anterior e posterior, número 33) apoio das mãos um pouco acima da linha dos ombros, e levar o tronco para baixo e o quadril para trás (todo movimento deve ser leve e adequado);
- Da região posterior da perna. (Números 32 e 27);
- Alongar o tronco e os braços juntos (número 42), esse exercício ajuda na postura geral!;
Os números indicados são executados de pé, pois só poderíamos indicar os outros alongamentos conhecendo a individualidade de cada paciente para não haver problemas de execução.
Fonte: Manual do Portador de Espondilite Anquilosante Edumed