Composto químico da família do álcool, sintetizado pelo fígado e adquirido nos alimentos ingeridos, o colesterol é esse essencial à vida. Mas as taxas dele no sangue muito altas ou baixas são perigosas à saúde, podendo contribuir para o surgimento de várias doenças cardiovasculares, como infartos, acidentes vasculares cerebrais, aneurismas e doença arterial periférica. Atualmente, cerca de 40% dos brasileiros tem colesterol alto e mais de 17,5 milhões de pessoas no mundo morrem, anualmente, devido às doenças do coração, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para fazer um alerta sobre o tema, foi criado o Dia Nacional de Controle do Colesterol, marcado para todo 08 de agosto (nesta quarta). E hábitos simples podem ajudar a equilibrar as taxas, como manter uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas regularmente. Para o professor de pós-graduação em nutrição do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE) Deivid Freire, o primeiro passo é diminuir o consumo de alimentos industrializados e processados, que têm uma carga muito grande de gordura trans, influenciando negativamente no colesterol.
“Entre os principais produtos que devem ser evitados, estão as bolachas recheadas, sorvetes, fast foods, frituras e enlatados. Estudos comprovam que esses alimentos aumentam o risco de doenças cardiovasculares. Também não precisam ser ‘proibidos’, mas consumidos como exceção”, explica o professor de nutrição do IDE. Já as “gorduras boas”, estão liberadas, encontradas nas oleaginosas, como castanhas e nozes, abacate, azeite, leite, queijos, carnes e peixes, pois atuam como fator protetor de doenças do coração. “Muita gente acha que é preciso cortar topo tipo de gordura, mas não é bem assim. O importante é ter equilíbrio e procurar por alimentos mais naturais”, conta Deivid.
Sobre o ovo, que já foi o vilão do colesterol por muito tempo, ele está liberado! Agora, entra na lista das gorduras boas, principalmente os ovos de galinhas caipiras, com aquelas gemas mais alaranjadas, ricas em ômega 3 e carotenos, poderosos antioxidantes. “Estudos comprovam que o ovo não faz mal, mas cada pessoa tem uma quantidade certa, de acordo com avaliação nutricional”, esclarece o nutricionista. Outra dica é consumir o farelo de aveia, rico em beta glucana, importante fibra alimentar que auxilia diretamente na redução do colesterol. “A recomendação é o consumo diário do farelo de aveia, principalmente em grupos de risco de doença cardiovascular”, completa.
EXERCÍCIOS FÍSICOS – Além de uma boa alimentação, a prática de atividade física é grande aliada no controle do colesterol. Segundo dados do Ministério da Saúde, a inatividade física é responsável por 54% dos riscos de morte por distúrbios cardiovasculares. “Os estudos apontam que pessoas que foram submetidas a programas de treinamento físico apresentaram melhoria no perfil lipídico. Isso é importante, pois o colesterol é um importante biomarcador de risco cardiovascular”, explica doutor em saúde pública, coordenador e professor de pós-graduação em Educação Física do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE) Raphael Ritti.
Assim, o exercício faz com que músculo aumente sua habilidade de utilizar a gordura, reduzindo a sua quantidade na circulação, além de promover o aumento de uma série de enzimas, que resultam no aumento do colesterol bom (HDL) no sangue. Entre os tipos de exercícios físicos que auxiliam no controle do colesterol, os aeróbicos (como corrida, pedalada, natação e dança) realizados com intensidade moderada-alta e musculação de intensidade moderada, que promovem aumentos do colesterol HDL. “Porém, evidências mais recentes têm mostrado que outras modalidades, como o Tai Chi Chuan, também podem promover esses benefícios para o perfil lipídico”, revela o professor de Educação Física do IDE.
Segundo Raphael, não há nenhum tipo de restrição na prática de atividade física só pelo fato da pessoa ter o colesterol alto. “Inclusive essas pessoas são as que mais se beneficiam da realização dos programas de treinamento físico”, conta. Mas ele lembra que para “fazer efeito”, toda a atividade tem que ser feita regularmente. “Com a realização do treinamento físico entre duas a três sessões semanais já são observadas alterações no perfil lipídico, após programas de treinamento físico após 12 semanas”, finaliza o professor de pós-graduação em Educação Física do IDE
Fonte: Segs