Os vírus têm potencial para provocar uma enorme quantidade de doenças, algumas bem graves. E podem atingir qualquer parte do corpo, até mesmo aquelas que as pessoas não costumam nem lembrar que existem, como é o caso das amígdalas. Importante órgão de defesa, ele pode ocasionar uma série de problemas, entre os quais a amigdalite. “Trata-se de uma inflamação, que costuma ter como causa agentes infecciosos, como os vírus e bactérias, e ainda alergias, refluxo, irritações, ressecamento da mucosa, frio e baixa umidade do ar e – mais raramente – tumores”, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Andy Vicente.
Entre os principais sinais e sintomas da enfermidade estão a dor de garganta, febre, perda de apetite, dor no corpo, queda no estado geral, placas brancas e amarelas nas amígdalas, dificuldade de engolir, mau hálito, dor cabeça e aumento do volume dos linfonodos cervicais, que ficam na parte lateral do pescoço. A amigdalite, quando infecciosa, é transmitida por gotículas de saliva. “Entre o grupo de risco estão as crianças. Usualmente essa afecção acontece a partir de 3 anos, com pico de incidência entre 5 a 10 anos, porém pode ocorrer em qualquer idade “, detalha o médico.
O diagnóstico é basicamente clínico e o tratamento consiste em administrar medicações analgésicas e anti-inflamatórias para amenizar os sintomas. Os antibióticos são utilizados apenas nos casos de infecções bacterianas. Em alguns casos, o médico pode recomendar a retirada das amígdalas, mas esse não é um procedimento para todos, embora a amigdalectomia seja uma cirurgia muito realizada na especialidade. “Quando a amigdalite apresenta clara relação com sintomas obstrutivos, como ronco, Síndrome da Apneia Hipopneia Obstrutiva do Sono, com alterações de fala e até halitose, o especialista pode indicar o procedimento cirúrgico”, diz o médico do Hospital CEMA. Situações nas quais há evolução para abscesso no local, febre reumática ou suspeita de tumores e hemorragias, por exemplo, podem exigir intervenção cirúrgica.
No caso de infecções recorrentes, não há consenso, mas os médicos costumam indicar a cirurgia para pessoas com 7 ou mais episódios em 1 ano, 5 ou mais episódios anuais por 2 anos consecutivos ou 3 episódios anuais por 3 anos consecutivos. “O esclarecimento do paciente e sua família no pré-operatório sobre a possibilidade de dor, hemorragia e vômitos facilita o pós-operatório, pois muitas vezes, como se trata de uma cirurgia muito comum, as pessoas tendem a minimizar suas repercussões, não estando preparadas para as manifestações pós-operatórias”, explica o especialista.
A prevenção da doença consiste em lavar as mãos com frequência, não compartilhar talheres, copos, toalhas e objetos pessoais com pacientes contaminados. Evitar espaços fechados ou com grande concentração de pessoas são fatores essenciais para prevenção de infecções no geral. “Esses cuidados devem ser ainda mais intensos em pessoas que fazem parte do grupo mais vulnerável — bebês, crianças pequenas, idosos e doentes crônicos, por conta da baixa imunidade”, orienta o médico.
Fonte: Assessoria de imprensa.