Sociedades médicas emitem alerta da situação atual do sarampo com informações úteis sobre quem pode ou não tomar a vacina.
Após perder o certificado de país livre do sarampo, o Brasil tem enfrentado o aumento no número de casos da doença, que também atinge 168 países. O sarampo é altamente contagioso e a vacinação é a única forma de prevenção da doença.
Por conta da epidemia iminente, o Ministério da Saúde lançou na segunda-feira, 10/6 a 12/07, uma campanha de vacinação com a vacina tríplice viral (SCR) que protege contra o sarampo, e além disso também a rubéola e a caxumba. Com a alta cobertura da vacinação na população (maior que 95%) conseguiremos reverter esta situação e barrar a circulação do vírus.
A vacina possui o vírus atenuado, ou seja, enfraquecido e, capaz de estimular o sistema imune a produzir anticorpos contra a doença, sem causá-la em indivíduos saudáveis. No entanto, em pacientes imunossuprimidos, que possuem o sistema imunológico menos eficiente, este vírus atenuado pode não induzir a resposta desejada – proteção contra o sarampo – e levar a um quadro infeccioso.
De olho nisso, as sociedades médicas de Reumatologia (SBR), de Infectologia (SBI), de Imunização (SBim) e o GEDIIB (Grupo de Estudos de Doenças Inflamatórias Intestinais do Brasil) lançaram um posicionamento com recomendações e contraindicações da vacina.
“Pacientes que estão em remissão sem medicamentos, podem tomar a vacina sem problemas, para aqueles com a atividade da doença controlada e que tomam medicamentos que não levam a imunossupressão, em geral, poderão se vacinar, sempre após consultar seu médico em decisão compartilhada.
Já aqueles que estão com a doença em atividade e também recebendo medicamentos que levam a algum grau de imunossupressão do sistema imune, como os corticoides, devem consultar seu médico e em decisão compartilhada considerar ou contraindicar a vacina, considerando o riscos e benefícios da vacinação nesta situação de risco epidemiológico, sempre procurando planejar a vacina com a maior segurança ao paciente.
Como há diferentes níveis de imunossupressão, essa avaliação de quem pode ou não deve ser feita com o médico que acompanha o paciente”, explica doutora Gecilmara Salviato Pileggi, coordenadora da Comissão de Doenças Endêmicas e Infecciosas da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Dentre os medicamentos que são contraindicados concomitantemente com a vacina estão a ciclofosfamida e os medicamentos biológicos, pulso de corticosteroides, por serem mais imunossupressores. “Durante o tratamento com os medicamentos biológicos, para que o paciente possa ser vacinado é necessário parar a medicação, e o médico que acompanha o paciente irá calcular o tempo para que o organismo esteja pronto para receber a vacina.
A gente chama isso de planejar a vacina, de forma a não expor o paciente a riscos, como ficar muito tempo sem a medicação de controle da doença reumática”, ressalta Gecilmara.
Para aqueles pacientes que não podem ter a sua medicação suspensa e, consequentemente, não podem se vacinar, não há necessidade de pânico. A campanha estimula que o maior número possível de pessoas seja vacinado, assim, aqueles que não podem estarão protegidos indiretamente, estimulamos a vacinação de todos que convivem com os pacientes” .
Por isso, a gente sempre reforça a importância de se conversar com os médicos sobre as vacinas, independentemente das campanhas de vacinação. Os pacientes reumáticos devem planejar as vacinas e, sempre que possível, estarem com o cartão vacinal em dia”, destaca a reumatologista.
Para conferir as recomendações e contraindicações da vacina tríplice viral, confira aqui o documento na íntegra emitido pelas Sociedades médicas de Reumatologia (SBR), de Infectologia (SBI), de Imunização (SBim) e o GEDIIB (Grupo de Estudos de Doenças Inflamatórias Intestinais do Brasil).
Texto: Priscila Torres