Uma pesquisa de doutorado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está convidando voluntários que tenham osteartrite (artrose) de joelho para comparar treinamentos que possam proporcionar melhora da dor, das atividades funcionais, aumento da força muscular e, consequentemente, mais qualidade de vida aos pacientes. Os voluntários passarão por avaliações e treinamentos gratuitos em laboratório da UFSCar.
O estudo é desenvolvido por Jéssica Bianca Aily, sob orientação de Stela Marcia Mattiello, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar. O principal objetivo é comparar os efeitos do protocolo de treinamento em circuito aplicado via telereabilitação com os do protocolo de treinamento em circuito presencial, na intensidade da dor, função física e concentração de tecido adiposo intermuscular (IMAT) de indivíduos que tenham artrose no joelho.
A doença ataca as articulações promovendo, principalmente, o desgaste da cartilagem que recobre as extremidades dos ossos, mas também danifica outros componentes articulares como os ligamentos, membrana e líquido sinovial. A osteoartrite, como também é chamada, não tem cura, mas os tratamentos podem retardar a progressão da doença, aliviar a dor e melhorar a função articular.
De acordo com a pesquisadora, estudos diversos têm relatado que a reabilitação é uma modalidade de tratamento-chave na artrose e amplamente recomendada, mas o método ideal de terapia por exercícios ainda permanece inconsistente. “Portanto, comparar os efeitos de protocolos de treinamento em circuito presencial e via telereabilitação, nas características clínicas de um paciente com osteoartrite de joelho, é relevante à prática clínica, uma vez que poderá produzir resultados aplicáveis de fácil acesso aos serviços de saúde”, defende Aily.
O treinamento em circuito presencial é realizado com o profissional e o paciente no mesmo local executando o protocolo de atividades físicas prescrito. A telereabilitação diz respeito à reabilitação a distância usando as tecnologias de informação e comunicação como meio de “entrega” das instruções.
“Acredita-se que ambos os protocolos de treinamento em circuito, presencial e a distância, irão promover redução da intensidade da dor e do IMAT da coxa, levando a uma consequente melhora das atividades funcionais, força muscular e qualidade de vida dos indivíduos com artrose de joelho”, diz Aily que, no entanto, acredita que as pessoas que farão a telereabilitação manterão os ganhos do protocolo por mais tempo, uma vez que serão condicionadas a praticar exercício físico sem supervisão presencial.
Para realizar o estudo, estão sendo convidados voluntários, homens ou mulheres, a partir de 40 anos de idade, com dor e desgaste no joelho, que não tenham realizado fisioterapia ou exercícios regulares nos últimos seis meses; não tenham feito cirurgia no joelho; e não tenham lesões associadas (ligamentos e meniscos). Os interessados também devem ter Índice de Massa Corporal (IMC) menor que 30 kg/m².
Os participantes serão divididos aleatoriamente entre um grupo para reabilitação presencial e outro para a telereabilitação. Todos os voluntários serão avaliados quanto a intensidade de dor, força muscular, função física, composição corporal e IMAT antes, imediatamente após e três meses depois do término da pesquisa.
As avaliações serão realizadas no Laboratório de Análise da Função Articular (LAFAr), do DFisio. Os interessados podem entrar em contato com os pesquisadores até o mês de dezembro deste ano, pelo e-mail je.aily@hotmail.com ou pelo telefone (16) 3351-9579. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da UFSCar (CAAE: 05833118.6.0000.5504).