Os membros do Casaúde também analisaram as contribuições recebidas na consulta pública sobre o uso do Bosutinibe, indicado para o tratamento em segunda linha da leucemia mieloide crônica com cromossomo Philadelphia positivo nas fases crônica, acelerada ou blástica, e para pacientes com resistência ou intolerância a pelo menos uma terapia prévia, incluindo o imatinibe.
Anne Mota Borges destacou que a proposta recebeu recomendação preliminar desfavorável. No total, foram recebidas 314 contribuições: 303 a favor da incorporação, 3 concordando e discordando parcialmente, e 8 discordando da incorporação.
Quanto aos argumentos favoráveis à incorporação da tecnologia, foram mencionados os benefícios clínicos e psicossociais para o paciente, o caráter crônico e debilitante da doença, a falta de tratamento disponível, a ampliação das opções terapêuticas, o acesso ao medicamento, o direito à saúde e a eficácia e segurança no tratamento da leucemia mieloide crônica.
Em relação aos argumentos contra a incorporação da tecnologia, foram citadas as evidências disponíveis sobre a eficácia e segurança do bosutinibe. Estas evidências baseiam-se numa revisão sistemática com comparações indiretas ajustadas por emparelhamento (MAIC) e dois ensaios clínicos de braço único, com a certeza da evidência para os resultados variando de baixa a muito baixa. Além disso, foram mencionados preços desatualizados (sem comparação com medicamentos genéricos) e incertezas em relação às evidências a longo prazo.
Sobre o impacto orçamentário, foi destacado que a lista de preços de maio de 2024 traz atualizações para os produtos contendo bosutinibe (R$ 15.518,24 em vez de R$ 18.849,99) e nilotinibe (R$ 16.783,10 em vez de R$ 16.060,38). Considerando essas atualizações de preços na análise de impacto orçamentário proposta para a ANS, observa-se uma alteração significativa nos resultados, onde não há mais uma estimativa de economia de recursos, mas um impacto incremental médio de R$ 8.097.222,05 por ano e um total de R$ 40.486.110,26 ao final de 5 anos de incorporação.
Após a apresentação da tecnologia, foram favoráveis à incorporação: AMB, CNS, Cofen, Abrasta, Afag, TEM.
Foram desfavoráveis à incorporação: Unimed do Brasil, FenaSaúde, Unidas, Abramge, CFF.
Fonte: Assessoria de Imprensa