A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a incorporação no SUS da tecnologia para diagnóstico que detecta o vírus HTLV 1-2 em gestantes no pré-natal, reduzindo a transmissão vertical da doença na amamentação. O HTLV é um retrovírus que impacta o sistema de defesa do organismo. O vírus está associado à diversas doenças, especialmente de ordem neurológica, dermatológica e oftalmológica, além de cânceres como a leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL), considerado muito grave. Para a Conitec, a tecnologia é eficaz e segura e a implementação no SUS utilizaria recursos já disponíveis, uma vez que testes para detecção do HTLV já são realizados também fora do programa de triagem pré-natal.
Existem quatro tipos de HTLV, sendo mais comuns o HTLV 1 e o HTLV 2. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue. Os testes de triagem são capazes apenas de detectar a presença de anticorpos específicos contra o vírus, enquanto os testes de confirmação conseguem definir o tipo do HTLV que causou a infecção. Os testes ELISA, que servem para triagem, assim como PCR e Western Blot (WB), para confirmação/definição do tipo do vírus, estão disponíveis no SUS, porém para outras indicações.
A transmissão ocorre por meio de relação sexual desprotegida, do contato com sangue ou tecidos infectados e da mãe para o bebê, durante a gestação, parto ou amamentação. Estima-se que existem, no mundo, entre 15 e 20 milhões de pessoas afetadas pelo HTLV 1/2 (HTLV dos tipos 1 e 2). A quantidade de pessoas infectadas aumenta com a idade, especialmente entre mulheres.
A recomendação de incorporação vai ao encontro do que tem indicado o Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDDS), que busca auxiliar na eliminação dessa doença até 2030. Uma vez adquirida, a infecção pelo HTLV permanece por toda a vida e, embora a maioria das pessoas com a infecção não manifeste sintomas, elas podem transmitir o vírus.
Fonte: Conitec