Especialista destaca que é possível alcançar a remissão da doença e ter uma vida sem limitações.
Receber o diagnóstico de artrite reumatoide nunca é fácil. Afinal, trata-se de uma doença inflamatória crônica e autoimune, que gera muita dor aos pacientes, especialmente se o tratamento não é feito de forma correta. Por isso, é essencial definir metas de tratamento como forma de torná-lo o mais eficaz possível. Para explicar esse processo conversamos com o Dr. Thiago Bitar, reumatologista especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia e reumatologista do NARE – Núcleo Avançado de Reumatologia do Hospital Sírio Libanês.
Buscando uma melhora no quadro clínico do paciente a primeira conduta a ser adotada logo após o diagnóstico é a implementação da medicação para controle da doença. “O medicamento mais indicado nessa fase é o metotrexato, além de ser avaliada a necessidade de incluir drogas complementares como analgésicos, antiinflamatórios e corticóides, de acordo com o quadro clínico de cada um”, explica o reumatologista. Apesar de o metotrexato ser normalmente a primeira opção de prescrição existem pacientes com a doença mais avançada e que precisam utilizar logo no início do tratamento o medicamento biológico.
Foco nos objetivos
“Queremos na verdade que o paciente tenha a remissão da doença. Que ele tenha controle total da dor, do inchaço articular, que ele não tenha rigidez matinal, que ele não tenha fadiga. Que ele esteja com os exames laboratoriais absolutamente normais. Essas são as metas a serem alcançadas por todos os pacientes”, conta o reumatologista.
Embora nem sempre seja possível alcançar completamente esses parâmetros, a baixa atividade da doença também é considerada uma vitória. E para alcançar esses objetivos o tratamento é feito de forma individualizada, as doses e tipos de medicamentos são definidos de acordo com a necessidade de cada paciente, levando em conta a possibilidade dos efeitos colaterais que podem apresentar, como náusea, vômito, diarreia, alterações no fígado e no hemograma.
Esse tratamento individualizado também passa, muitas vezes, por uma equipe multidisciplinar, composta por fisioterapeuta, educador físico, terapeuta ocupacional, psicólogos e psiquiatras, entre outros profissionais.
A importância de uma relação sadia com o médico
A aderência ao tratamento e a eficácia do mesmo dependem muito da relação construída entre o médico e o paciente, garante o Dr. Thiago. “São pacientes crônicos, que vão precisar da gente por muitos e muitos anos. Se você não estabelece um vínculo, uma relação saudável, o paciente não vai aderir ao tratamento.
E paciente mal aderente é igual a doença em atividade”, conta. É preciso que o paciente confie no médico e siga as orientações dadas por ele, seja em relação ao uso da medicação ou com a necessidade de perda de peso, atividade física, fortalecimento muscular, melhora da alimentação, etc.
Para o especialista, sem essa relação de confiança o paciente vai ter uma evolução ruim, gerando uma chance maior de ter alguma deformidade, com sequelas a médio e longo prazo. “Um médico disposto, interessado, que estude, esteja sempre atualizado e um paciente que confie no médico, costuma ser o caminho do sucesso”, revela o profissional.
Conseguir a remissão ou o controle da doença, de forma que o paciente com artrite reumatoide possua uma vida normal, com um relacionamento saudável com as pessoas que o rodeiam, seja em casa ou no trabalho, sem dores que o impeçam de realizar suas atividades é o principal objetivo.
“Temos pacientes que estão tão bem, que não tem limitação nenhuma, fazem tudo que querem fazer, que só lembram que tem a doença quando vão tomar o remédio. Isso que a gente quer, que o paciente possa ter uma vida tão normal e se sinta tão bem, que até esqueça de vir à consulta”, brinca Dr. Thiago.