Farmacêutica explica recomendações de transporte e uso para garantir a segurança e eficácia do tratamento
Muito tem se falado sobre os estudos clínicos acerca dos biossimilares e biológicos, porém um assunto de extrema importância que passa muitas vezes despercebido são os cuidados que se deve ter com o armazenamento e uso destes produtos. A professora de farmacologia clínica e hospitalar da Universidade de Brasília e do Hospital Universitário de Brasília, Patrícia Medeiros, apresentou na sua em palestra as principais recomendações com o transporte, armazenamento e uso dos medicamentos biológicos. Confira.
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Cuidados antes e durante o tratamento com biológicos
Há uma série de cuidados que se deve ter ao iniciar e manter o tratamento com um medicamento biológico. Patrícia Medeiros citou alguns, como a importância de exames preliminares para ver se está tudo bem com a saúde, manter em dia exames de rotina e ter cuidado com algumas vacinas. Neste caso, é sempre bom conversar com o médico antes de se imunizar. “Também é importante avaliar sempre que possível as funções hepáticas e renais, já que são responsáveis pela metabolização e excreção dos medicamentos”, destacou a especialista.
Fatores que reduzem eficácia e segurança
A interação medicamentosa é um dos fatores mais comuns que pode trazer riscos para a saúde quanto a diminuição da eficácia do medicamento biológico. Por isso, é importante que o paciente sempre avise ao médico sobre quais medicamentos faz uso contínuo. Outro ponto importante destacado pela farmacêutica é sobre a interação com os alimentos. “Muitas vezes, determinados medicamentos têm redução de eficácia ou efeitos colaterais se ingeridos com alimentos e até mesmo com alguns alimentos específicos”, explicou.
A ação de medicamentos fitoterápicos também merece atenção, de acordo com a especialista. “Atualmente, carecemos de estudos de interação medicamentosa com fitoterápicos, mas já sabemos que até mesmo os chás de plantas, como os chás verde e branco, podem interferir na ação de medicamentos”, falou Patrícia Medeiros. Um dos principais efeitos colaterais das interações medicamentosas são a toxicidade. Ou seja, o medicamento que deveria ser excretado do organismo, acumula-se no organismo, podendo gerar problemas hepáticos e renais.
Plantas que devem ser evitadas
Em sua apresentação, a farmacêutica destacou que a camomila e a babosa são alguns dos mais comuns fitoterápicos que causam alteração na ação dos medicamentos biológicos. Ambos possuem propriedades anti inflamatórias, mas não podem ser usados de forma indiscriminada. “O chá da camomila pode causar sangramentos e dificuldades de cicatrização, já a babosa só pode ser usada de forma tópica e jamais ingerida, podendo ser tóxica ao organismo”, elucidou.
Comprometimento do paciente
Diante deste cenário, no qual, muitos medicamentos, inclusive chás e fitoterápicos podem interferir na ação dos medicamentos, fica a pergunta: o que o paciente deve fazer? “O paciente deve ter uma postura mais ativa e buscar informações sobre os medicamentos que está tomando com os médicos. É importante que ele ande com uma lista dos medicamentos que toma, com horário e doses prescritas”, explicou Patrícia Medeiros.
Cuidados com armazenamento
O armazenamento dos medicamentos biológicos é de suma importância para garantir a eficácia no tratamento. Estes medicamentos devem estar em refrigeração sempre, mas não podem ser congelados e nem serem posicionados na geladeira de forma que possam encostar em alimentos ou em gelos. Em altas temperaturas, os medicamentos biológicos podem perder sua eficácia. E quando for transportar os produtos, é importante redobrar atenção. “Tem de ser transportado em uma bolsa térmica, mas sem ter contato com o gelo.Também o paciente deve ficar de olho qual é o tempo máximo fora da refrigeração que aquele medicamento pode ficar”, destacou a especialista.
Palestra proferida durante o WorkBio – capacitação para líderes de pacientes sobre medicamentos biológicos e biossimilares, organizado pela Biored Brasil com apoio institucional da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Sociedade Brasileira de Dermatologia, do Grupo de Estudos de Doenças Inflamatórias Intestinais e da ClapBio.