A indicação de uma prótese ortopédica, muitas vezes, gera insegurança e medo nas pessoas, por acharem que não vão mais ter a mesma performance que tinham anteriormente a colocação da prótese.
Segundo o cirurgião ortopedista, Dr. Renato Raad, ao receber o diagnóstico da necessidade de uma prótese, é necessário que o paciente extraia do seu médico o maior número possível de informações. “É importante que o paciente tenha conhecimento real do seu caso e conheça também as opções de tratamento e os procedimentos que devem ser realizados no pré e no pós-operatório”, afirma o especialista.
Ainda de acordo com ele, a necessidade da colocação de uma prótese não é um diagnóstico ruim. “Normalmente, a artrose não é uma patologia que coloca em risco a vida do paciente e não o levará para uma cadeira de rodas, é uma consequência do passar do tempo com o desgaste da articulação do quadril e existe solução, principalmente se for a vontade do paciente de colocar uma prótese de quadril e reestabelecer sua qualidade vida”, destaca.
Quais lesões no quadril necessitam de colocação de prótese?
Geralmente, as próteses de quadril são indicadas para tratamento de osteoartrose da articulação do quadril ou para casos de fratura do colo do fêmur. Dr. Raad afirma que artrose de quadril com muitos sintomas, como dores, limitação de mobilidade e perda da qualidade de vida, além de fraturas instáveis do colo do fêmur, que apresentem um alto índice de falha na fixação da fratura, principalmente em pacientes mais idosos são as mais indicadas à colocação de próteses.
Quando o assunto é a performance depois da colocação de uma prótese, o médico esclarece que depende do motivo da implantação. “Quando a prótese é realizada por artrose, normalmente a qualidade de vida do paciente melhora muito, ou seja, existe melhora na performance e mobilidade que tinham antes. O que mais escutamos dos pacientes no pós-operatório é que deviam ter feito antes, mas quando é por fratura, o retorno à sua atividade pré-fratura e pós-fratura pode acontecer, mas normalmente existe um decréscimo da qualidade de vida pré-fratura com pós-operatório de artroplastia total de quadril”, afirma o ortopedista.
Tempo de reabilitação
O tempo para que uma pessoa com implante de prótese volte a desempenhar as suas atividades depende de diversos fatores. “Depende da qualidade óssea, da fixação dos implantes no osso, na estabilidade da prótese no pós-operatório, mas na maioria das vezes, os pacientes estão liberados para deambular no dia seguinte ao da cirurgia, com uso de algum apoio em torno de 45 dias, e fisioterapia por 90 dias”, diz Raad.
No entanto, o cuidado com o período pós-operatório deve ser redobrado. “Normalmente o paciente deve realizar apoio e descarga de peso progressiva, além de andar com auxílio de apoio até melhora da dor, recuperação da força muscular e do equilíbrio, fazer fisioterapia, entre outros cuidados que o médico responsável irá recomendar”, esclarece.
Possibilidade de rejeição
A colocação de prótese é considerado o melhor procedimento cirúrgico idealizado no século passado, pois devolveu para milhões de pessoas a qualidade de vida e, com a expectativa de aumento da sobrevida das pessoas, existe uma expectativa de aumento das indicações de prótese total de quadril nos próximos anos de 700%. Porém, como todo procedimento cirúrgico, é provável sim que exista rejeição neste processo. “A rejeição significa infecção e sim, existe risco de 1% de infecções em uma prótese de quadril primária, sendo muito importante a experiência da equipe médica, a unidade hospitalar, a qualidade do implante e os cuidados de higiene do paciente no pré e pós-operatório. Obedecendo a todos os cuidados, será muito difícil que um paciente apresente algum problema em relação a colocação das próteses. A tendência é sempre a melhora da qualidade de vida do paciente”, conclui Dr. Renato Raad.
Sobre Renato Raad
Médico ortopedista, traumatologista, formado em medicina pela Universidade Federal do Paraná, com especialização em ortopedia e traumatologia (SBOT). Atualmente é Chefe do Departamento de Ortopedia do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba (PR) e Membro da Equipe de Ortopedia e Traumatologia e Chefe do Departamento de Trauma do Hospital do Trabalhador, também em Curitiba (PR).