O exercício físico pode parecer mais difícil e desgastante do que o normal se você tiver artrite reumatoide, e não apenas por causa das articulações rígidas e doloridas causadas por esse distúrbio autoimune, destacou reportagem da Folha de S. Paulo.
Segundo a publicação em um experimento envolvendo mulheres idosas e exercícios, os pesquisadores descobriram que mesmo uma sessão suave de elevação das pernas desencadeia uma reação exagerada do sistema nervoso naqueles com artrite reumatoide. Exercícios leves também afetaram negativamente o funcionamento interno de seus músculos e vasos sanguíneos.
Os resultados se baseiam em pesquisas anteriores sobre a artrite reumatoide e o sistema nervoso e levantam questões urgentes sobre as melhores e mais seguras maneiras com que as pessoas com esse distúrbio ou doenças autoimunes semelhantes podem se tornar e permanecer ativas.
Qualquer pessoa que tenha artrite reumatoide ou conviva com alguém que tenha a doença sabe o estrago que ela causa no corpo. As células imunológicas atacam erroneamente o tecido saudável, especialmente nas articulações, causando inchaço, dor e deterioração, além de inflamação e fadiga em todo o corpo. A doença também costuma resultar em doenças cardiovasculares, o que inicialmente intrigou os médicos, uma vez que as células imunológicas equivocadas não atingem diretamente o coração ou as artérias.
Nos últimos anos, porém, pesquisadores descobriram que as pessoas com artrite reumatoide tendem a ter sistemas nervosos simpáticos incomumente reativos. Esse sistema é a parte de nosso organismo interno que ativa a reação de lutar ou fugir, alertando bioquimicamente nosso cérebro, coração, músculos e outros sistemas corporais para nos prepararmos para o perigo iminente. O sistema nervoso parassimpático oposto, nos tranquiliza, enviando sinais que acalmam os distúrbios simpáticos.
Em pacientes com artrite reumatoide, entretanto, pesquisadores descobriram que o sistema simpático parece estar paralisado, mantendo as operações internas das pessoas constantemente no limite. O resultado é um alto risco de hipertensão e frequência cardíaca elevada, mesmo quando as pessoas estão descansando tranquilamente, o que contribui com o tempo para doenças cardiovasculares.
Poucos desses estudos anteriores, no entanto, analisaram o exercício, que também aumenta a pressão sanguínea e a frequência cardíaca e altera as reações do sistema nervoso. Algumas evidências anedóticas consideráveis indicaram que as pessoas com artrite reumatoide sentem mais fadiga durante e após a atividade do que outros praticantes de exercícios. A frequência cardíaca e a pressão arterial também permanecem elevadas por mais tempo após os treinos.
Fonte: NK Consultores.