Há pouco tempo, descobrir ser portador de uma doença autoimune nem era a pior das notícias. Além de viver com os sintomas do problema, o paciente ainda tinha que suportar os efeitos colaterais das medicações que auxiliavam no tratamento. Com a evolução da medicina, drogas mais eficientes e com menos reações negativas chegaram para devolver parte da qualidade de vida de quem tem uma das 120 patologias reumatoides que acometem 15 milhões de brasileiros.
“Antigamente, o que tínhamos a disposição para tratar doenças como o lúpus era o corticoide, a cloroquina, o metotrexato, e um quimioterápico chamado ciclofosfamida, drogas muito agressivas, com muito efeitos colaterais. As dosagens altas de corticoide por um longo período podem levar o paciente a desenvolver hipertensão, diabetes, ter aumento de peso por retenção de liquido, catarata, entre outros problemas. Era muito triste, pois não tínhamos bons medicamentos para essas doenças”, lembrou o reumatologista da Santa Casa de Maceió, Georges Basile Christopoulos.
No início da década de 1990, a medicina evoluiu de maneira espetacular. No caso da osteoporose, surgiram drogas chamadas de bisfofonatos que conseguiam aumentar a massa óssea do paciente, o que evitou fraturas comuns em casos mais avançados, além de tratar fatores que existem em torno do problema.
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Com os chamados medicamentos imunobiológicos, os resultados foram ainda mais positivos no tratamento de doenças como lúpus, artrite reumatoide, e as chamadas vasculites, que são doenças muito sérias. Além dessas, também tratam outro grupo de doenças, as espondiloartrites, como a espondilite anquilosante, que provoca um travamento muito forte na coluna, causa deformidade nas juntas, e traz grande prejuízo social.
A partir da virada do século 20, drogas que atacam moléculas ANTI-TNF, dentre outras, surgiram para ajudar no controle de doenças inflamatórias de origem imunológicas, como as intestinais, oculares, espondoartrites, entre outras. Mais à frente foram chegando medicações especificas para outros tipos de doenças.
“Cada doença reumática tem seu processo único, com a ativação de processos inflamatórios diferentes. Diferente dos quimioterápicos, que atacam a celula ruim, mas também a célula boa, as novas medicações chegaram como misseis teleguiados, atuando apenas nas moléculas que estão alteradas”, disse o especialista.
Na Santa Casa de Maceió, tais medicações são aplicadas em vários pacientes da oncologia. São drogas caras, muitas entregues pelo Sistema Único de Saúde (SUS); a maioria delas também são cobertas pelos convênios.
Fonte: Ascom Santa Casa/Tribuna Hoje.