“A osteogenesis imperfecta pode se manifestar de várias formas durante a infância, desde fraturas múltiplas até formas mais leves na adolescência ou mais tarde. Além das fraturas, a criança pode apresentar características como esclera azulada, dentes acinzentados, deformidades ósseas e hipermobilidade articular’, comenta Dr. Guido de Paula Colares Neto, endocrinologista da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO).
As causas da osteoporose na infância podem ser divididas em dois grupos: primárias e secundárias. As causas primárias incluem a osteogênese imperfeita, uma doença genética que resulta em fragilidade óssea devido a mutações nos genes do colágeno tipo 1, que compõe a matriz óssea. Isso leva a uma estrutura óssea semelhante a uma parede construída sem cimento, tornando-a facilmente quebrável. Outra causa primária é a osteoporose idiopática juvenil, que também está relacionada a fatores genéticos. Nesse caso, a criança tende a ter fraturas antes da puberdade, mas o quadro melhora quando a puberdade se inicia. No entanto, podem ocorrer deformidades decorrentes das fraturas anteriores, resultando em déficits motores.
Já as causas secundárias estão relacionadas principalmente ao uso de medicamentos, como glicocorticoides, em crianças. O uso prolongado e em doses elevadas desses medicamentos pode levar a uma maior reabsorção óssea e, consequentemente, aumentar o risco de osteoporose.
O endocrinologista pediátrico salienta que quando falamos de osteoporose infantil, o diagnóstico é baseado em fraturas, que são graves e desproporcionais ao mecanismo de trauma. Por exemplo, uma criança pode fraturar o fêmur ao se virar para falar com os pais ou quebrar a tíbia e a fíbula ao cair da própria altura. Fraturas vertebrais também são um sinal a ser observado, geralmente acompanhadas de dor nas costas e limitação de atividades, resultando em déficits motores posteriores.
“O diagnóstico de osteoporose na infância é feito quando há uma fratura vertebral, ou duas fraturas em ossos longos, como úmero, rádio, fêmur, tíbia e fíbula, antes dos 10 anos ou três fraturas em ossos longos antes dos 19 anos”, menciona o especialista.
Além disso, existem fatores de risco que aumentam a probabilidade de osteoporose em crianças. Isso inclui baixa ingestão de cálcio ou vitamina D, desnutrição, uso de anticonvulsivantes que afetam o metabolismo da vitamina D, uso de glicocorticoide que prejudica a absorção intestinal de cálcio, presença de doenças crônicas que afetam a absorção de cálcio e fósforo, e limitação de locomoção, como em casos de doenças neurológicas que resultam em baixa atividade física.
De acordo com o endocrinologista, o tratamento da osteoporose na infância e adolescência envolve uma equipe multidisciplinar de especialistas, como endocrinologistas, reumatologistas, ortopedistas, nefrologistas, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais e educadores físicos.
Fonte: Assessoria de Imprensa