Até 28 de fevereiro, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está com consulta pública aberta para avaliar a incorporação do medicamento Osimertinibe para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas que utilizam planos de saúde. Pacientes, médicos, cuidadores, associações de pacientes e a sociedade civil de uma forma geral podem votar a favor ou não da incorporação do medicamento para os beneficiários de planos de saúde no Brasil.
Na atual Consulta Pública nº 125, o parecer preliminar da ANS foi favorável à incorporação do Osimertinibe, já que o medicamento demonstrou alta eficácia em reduzir a taxa de mortalidade em 51% dos pacientes, isto é, em 5 anos, 85% dos pacientes em estágios iniciais, estavam vivos.
A ANS é a agência reguladora das operadoras de saúde no Brasil, responsável por definir uma lista de consultas, exames e tratamentos que os planos de saúde são obrigados a oferecer conforme cada tipo contratado. De tempos em tempos, são realizadas consultas públicas para incorporação de novas tecnologias nos planos de saúde.
O que muda com a incorporação do Osimertinibe para tratamento adjuvante de câncer de pulmão
O Osimertinibe é um medicamento via oral utilizado para tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas com mutação do EGFR. Atualmente, ele já é utilizado, no cenário de planos de saúde, apenas para pacientes com a doença metastática, ou seja, sem possibilidades de cura.
“A nova indicação do Osimertinibe agora é para um cenário adjuvante, isto é, para um paciente que foi operado e tem a mutação do EGFR. Depois da cirurgia, esse paciente poderá usar por 3 anos a medicação com a intenção de eliminar as células residuais que podem ter ficado depois dos tratamentos anteriores (cirurgia e/ou quimioterapia), aumentando as chances do paciente ficar curado do câncer de pulmão”, explica o Dr. Pedro de Marchi, oncologista clínico e coordenador médico do Instituto Oncoclínicas.
Sobre o Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células
O Câncer de Pulmão de não pequenas células é um dos mais agressivos dentre os cânceres, com a maioria dos pacientes sendo diagnosticados e tratados em estágio avançado da doença. A mutação EGFR em estágio inicial representa 17,3% dos casos de câncer de pulmão de não pequenas células, e, até o momento, não há terapia alvo adjuvante para tratamento da doença disponível nos planos de saúde.
Além disso, os pacientes com EGFR são mais suscetíveis a desenvolver metástase cerebral. “A melhor forma da gente melhorar o tratamento oncológico, é conseguir ao máximo personalizar o tratamento. Dar um medicamento direcionado para o tumor daquele paciente”, explica o oncologista.
Como votar a favor ou não da incorporação do Osimertinibe
Para manifestar sua opinião – favorável ou não à incorporação do Osimertinibe nos planos de saúde – basta acessar o site da ANS e preencher o formulário disponível na página.
É importante selecionar a opção UAT 117 que se refere ao medicamento Osimertinibe. Depois, basta selecionar no campo “Opinião”, se concorda, discorda ou concorda/discorda de forma parcial a incorporação.
Deve-se também colocar uma breve justificativa por escrito sobre a opinião selecionada e finalizar o preenchimento do formulário com alguns dados pessoais que serão solicitados.
O formulário para manifestação da opinião está disponível no link abaixo:
ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar
Já o relatório completo com todos os dados e estudos clínicos utilizados para avaliação do medicamento, pode ser acessado aqui.