“Como a maioria dos médicos endocrinologistas, eu não sabia que os pacientes podem permanecer sintomáticos apesar do tratamento. Ao notar queixas semelhantes com meus pacientes – que curiosamente apresentavam os exames normais dentro do tratamento para o hipotireoidismo – decidi ir a fundo e investigar as razões desses sintomas residuais”, conta Dr. Antonio Carlos Bianco, Professor de Medicina da Universidade de Chicago nos EUA e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
O hipotireoidismo, frequentemente causado pela doença de Hashimoto, afeta dezenas de milhões de pessoas em todo mundo. Essa disfunção da tireoide acontece quando a glândula nao é capaz de produzir quantidades normais de hormônios tireoidianos. Assim, o tratamento visa trazer esses níveis hormonais de volta ao normal.
O tratamento é feito com comprimidos diários de levotiroxina. Segundo o médico, embora a maioria dos pacientes responda bem a esse tratamento padrão, cerca de 10% a 20% deles (aproximadamente entre dois e três milhões de indivíduos nos Estados Unidos) estão longe de viver uma vida normal. Eles apresentam baixa energia, confusão e memória fraca, relatam que os pensamentos ‘dão branco’. E muitos médicos ignoraram suas queixas, acreditando que esses sintomas não estão relacionados à doença da tireoide.
“Alguns são enviados ao psicólogo ou psiquiatra e isso gera frustração e não resolve o problema”, relata Dr. Bianco, que ao detectar uma falha na atual abordagem, aprofundou suas pesquisas e as reuniu no livro “Repensando o hipotireoidismo – Por que o tratamento deve mudar e o que os pacientes podem fazer”. A obra acaba de ser publicada pela Universidade de Chicago Press (veja link aqui).
Além de explicar como os médicos veem esse problema e a influência das grandes empresas farmacêuticas, Dr. Bianco dá as informações essenciais para entender por que algumas das recomendações nas diretrizes clínicas para o tratamento do hipotireoidismo são falhas. “Eu uso a ciência para envolver meus colegas, mas tentei tornar as explicações acessíveis a qualquer pessoa interessada”, revela ele.
A história do hipotireoidismo e seu tratamento, as evidências científicas que sustentam as alegações feitas por milhões de pacientes durante os últimos 50 anos e informações aos leitores para ajudar em seu tratamento, com opções para os pacientes discutirem com seus médicos, são abordadas nas 296 páginas da obra. “Muitas coisas podem ser feitas agora. Temos de olhar o futuro e as novas tecnologias para o tratamento do hipotireoidismo”, finaliza o endocrinologista.
Sobre a SBEM-SP
A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com outras entidades médicas, e oferece aos seus associados oportunidades de aprimoramento técnico e científico. Consciente de sua responsabilidade social, a SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre as principais doenças tratadas pelos endocrinologistas.
Fonte: Assessoria de Imprensa