Vasculite é a denominação que se dá quando há uma inflamação na parede de um vaso sanguíneo, ou seja, consiste basicamente num processo clínico patológico no qual o vaso sanguíneo é lesado pela inflamação. Pode causar estreitamento ou obstrução do vaso e assim limitar ou interromper o seu fluxo sanguíneo.
A caracterização das vasculites como doença começou no século XIX, porém, já no século X Ali Iba Isu, autor de importante obra de oftalmologia, referiu-se ao que seria a arterite temporal. A presença das vasculites também foi mostrada na arte. No museu Rijksmuseum em Amsterdã, a pintura de Piero de Cosimo, retratando Francesco Gamberti, revela a artéria temporal saliente e tortuosa, sugerindo que o mesmo sofresse de arterite temporal. Os documentos da época evidenciavam que o retratado sofria de dores reumáticas, limitação matinal dos movimentos e outras características de doença sistêmica.
Pintura de Piero de Cosimo, retrata Francesco Gamberti com artéria temporal saliente e tortuosa, sugerindo que ele sofresse de arterite temporal (foto: Reprodução)
As vasculites são classificadas de acordo com o diâmetro dos vasos acometidos:
– Vasculite de pequenos vasos: poliangeíte microscópica, granulomatose de Wegener, síndrome de Churg-Strauss e púrpura de Henocho-Scholein.
As vasculites representam um dos maiores desafios em diagnóstico e tratamento na medicina. Sempre que vários órgãos e sistemas do organismo são acometidos simultaneamente deve-se suspeitar de vasculite. Claudicação de membros, cefaléia, polimialgia, perda de peso, eventos neurológicos multifocais, febre, tosse e dispneia progressivas, fraqueza, artralgias, uveíte, tromboflebite e uma série de outros achados clínicos podem estar associados aos quadros de vasculite. É de suma importância a consulta com o profissional qualificado, geralmente o Reumatologista e também o Angiologista quando houverem complicações vasculares associadas.