Lidar com o fluxo dos hormônios femininos durante todo o mês não é fácil. Somente isso é suficiente para que muitas mulheres sofram com cansaço e outras mudanças no organismo. Porém, existe uma época em que essa ‘luta’ com o próprio corpo aumenta: o período menstrual. Às vezes, nesse momento, o esgotamento é tanto a ponto de a mulher não ter energia para trabalhar ou fazer as atividades cotidianas. Esta sensação é chamada de fadiga menstrual.
Juntamente com mau humor, inchaço e dores de cabeça, a fadiga menstrual é um dos sintomas que vêm com a menstruação. O ginecologista Patrick Bellelis, colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, explica que o cansaço excessivo é comum e ocorre por uma série de razões ligadas ao organismo.
Segundo Bellelis, algumas causas para a fadiga menstrual não são controláveis, mas outras podem ser evitadas ou amortecidas. “Nosso corpo costuma reagir à forma como o tratamos. Se não ingerimos as vitaminas necessárias e não damos a ele o devido descanso, ele irá reclamar. Uma alimentação rica em nutrientes é recomendável para qualquer pessoa durante todo o mês, mas para as mulheres é ainda mais importante, especialmente durante a menstruação”, afirma o médico. Ele defende, ainda, o acompanhamento médico.
A seguir, o especialista traz os principais motivos que levam à fadiga menstrual. Entenda:
Baixos níveis de estrogênio — Nesse período, ocorre a diminuição do estrogênio, o hormônio sexual feminino. Essa alteração provoca parte dos sintomas da síndrome pré-menstrual, ou tensão pré-menstrual, a TPM. Os sintomas podem durar até que os níveis comecem a subir novamente, já no final da menstruação.
Sangramento intenso – O sangramento uterino anormal, ou até mesmo um sangramento mais intenso, também pode provocar fadiga. Suas causas podem ser miomas, pólipos ou desequilíbrio hormonal. Este último pode levar a um desenvolvimento excessivo do endométrio (tecido que reveste o útero e se desprende durante a menstruação), resultando em sangramentos menstruais mais fortes.
Anemia – É uma condição na qual o corpo carece de glóbulos vermelhos saudáveis que ajudam a transportar oxigênio para outros tecidos do corpo. A anemia pode ser causada por sangramento excessivo ou ingestão inadequada de ferro.
Dieta pouco saudável – Comer alimentos pobres em nutrientes também pode levar à fadiga menstrual. É melhor ingerir comidas ricas em ferro, proteína, ômega-3, magnésio e cálcio, com propriedades anti-inflamatórias.
Dormir mal – Tendemos a subestimar o quanto o sono afeta nossa saúde. Dormir mal pode contribuir para a fadiga menstrual e aumentar o risco de doenças cardíacas, pressão alta, diabetes, derrame, obesidade e depressão. Embora a dor e as mudanças de humor possam atrapalhar o horário de sono, é importante tentar tirar uma soneca sempre que possível.
PATRICK BELLELIS — GINECOLOGISTA
Tem ampla experiência na área de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva, atuando principalmente nos seguintes temas: endometriose, mioma, patologias intrauterinas e infertilidade. É graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC. Possui título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Laparoscopia e Histeroscopia pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia — FEBRASGO. Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, USP, Brasil. Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Faz parte da diretoria da SBE (Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva) desde a sua fundação. Médico Assistente do Setor de Endometriose do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo desde 2010. Professor do Curso de Especialização em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva — Pós- Graduação Latu Senso, do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês desde 2011. Professor do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica — IRCAD — do Hospital de Câncer de Barretos, desde 2012.
Fonte: Assessoria de Imprensa