Em 2018, uma revisão francesa de 40 pesquisas de alta qualidade conduzidas nos últimos anos provou que se exercitar três vezes por semana reduz o risco de quedas em 22% e o de fraturas em 16% entre pessoas com mais de 70 anos. Já outros experimentos associam a vida ativa a melhoras na densidade óssea em si.
Por quê? O esqueleto é uma estrutura viva, que passa por um constante processo de renovação. Enquanto células conhecidas como osteoclastos removem parte do tecido ósseo, suas primas — chamadas osteoblastos — fabricam mais osso. É o equilíbrio entre elas que promove uma reciclagem saudável. Ocorre que o osteoblasto trabalha sob demanda: se a ossatura recebe sobrecargas frequentes (o que ocorre quando corremos, puxamos ferro…), ele faz hora extra. Já se a preguiça domina, esse funcionário não vê necessidade de reforçar os ossos e deixa os osteoclastos assumirem o comando da operação.
O estímulo do exercício é importante em todas as etapas da vida, mas especialmente nas primeiras décadas. “Nós brincamos que a osteoporose começa na infância”, diz o médico Marcelo Pinheiro, da Sociedade Brasileira de Reumatologia. É até mais ou menos os 20 anos que fêmur, tíbia e companhia ganham bastante densidade. A partir daí, eles mantêm a integridade por mais uns anos — se os osteoblastos e os osteoclastos atuam em harmonia — e, então, começam a perder a firmeza aos poucos.
É como se as crianças e os adolescentes criassem uma poupança óssea. “Todos nós usamos esse depósito conforme envelhecemos, mas quem foi sedentário durante a juventude tem uma conta bancária menor e faz saques mais constantes, digamos assim”, explica Timóteo Araújo, coordenador adjunto do curso de educação física das
Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo. E só para constar: genética desfavorável, tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas também podem acelerar a chegada da osteoporose.
Como fazer exercícios para evitar a osteoporose
Valorize o impacto: invista em práticas que frequentemente tiram os dois pés do chão: basquete, vôlei, corrida…
Comece cedo: crianças e jovens devem passar uma hora por dia em movimento. Vale pular corda, brincar de pega-pega etc.
Fortaleça os músculos: a musculação também fortifica os ossos. E ajuda o corpo a suportar esportes de alto impacto.
Cuide da dieta e tome sol: o cálcio das refeições e a vitamina D dos raios solares potencializam o efeito da malhação.
Fonte: Revista Saúde Abril