Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acaba de incluir o medicamento dupilumabe para o tratamento da asma alérgica grave na lista de cobertura obrigatória pelos planos de saúde (Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde). A decisão final da ANS foi tomada na 21ª Reunião Extraordinária da Diretoria Colegiada, realizada no dia 04 de novembro de 2022 e transmitida ao vivo pelo YouTube no canal da ANS. Antes dessa etapa, foi realizada a Consulta Pública n° 101, que deu a oportunidade para a sociedade civil e a classe médica declararem concordância ou discordância sobre a inclusão dessa nova tecnologia de saúde. A consulta obteve aproximadamente 950 contribuições, o que reforça a transparência e a democraticidade do processo de atualização realizado pela ANS para disponibilizar novas alternativas terapêuticas para quem sofre com diversos tipos de doenças.
Antes dessa inclusão, havia apenas uma única opção de medicamento imunobiológico com cobertura obrigatória, o qual tem uma restrição para determinada população a depender no nível basal de IgE e peso corpóreo do paciente. A nova opção de tratamento, além de um medicamento com atuação em citocinas-chave da inflamação tipo 21, que também abrange a asma alérgica, bastante prevalente em crianças, permitirá uma medicina de precisão, beneficiando também os pacientes com esse perfil alérgico, incluindo aqueles que hoje estavam restritos à bula da única opção disponível até então.
Dupilumabe torna-se o único imunobiológico com cobertura obrigatória pelos planos de saúde para asma eosinofílica e, agora, também, para asma alérgica, ampliando as opções de acesso para as pessoas que têm asma grave. Isso significa que os pacientes do sistema privado de saúde passam a contar com um tratamento de ponta para uma doença que tem alto impacto na qualidade de vida, apresenta um elevado índice de mortalidade e alto custo para o sistema de saúde com internações e demais procedimentos terapêuticos2,3. A nova lista de procedimentos e eventos em saúde cobertos pelos planos de saúde, entra em vigor a partir da publicação da inclusão no Diário Oficial da União, que deve ser feita nos próximos dias.
Raissa Cipriano
Presidente da Associação Brasileira de Asma Grave (ASBAG)
“Essa aprovação renova a esperança de qualidade de vida para as pessoas com asma grave, que passam por frequentes recaídas e internações. A asma é uma doença tratável e a inserção do medicamento no Rol da ANS vai contemplar uma gama de pacientes que estavam sem possibilidade de tratamento adequado ao seu tipo de asma. É uma importante vitória para todos os envolvidos, especialmente quando analisamos o contexto macro. Os pacientes terão o medicamento à disposição e maior qualidade de vida; os médicos, mais uma opção de tratamento e os planos de saúde, que terão uma desoneração em consequência da redução no número de internações, mais dispendiosas que o tratamento.”
Norma Rubini
Professora de Alergia e Imunologia da Escola de Medicina e Cirurgia da UFRJ e Diretora Científica da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI)
“A incorporação desse medicamento no Rol da ANS é uma conquista fundamental para muitos pacientes que convivem com a asma alérgica grave. A redução das crises graves da doença, a melhora na função pulmonar e a redução do uso de corticosteroides orais são benefícios que, certamente, proporcionarão uma melhora na qualidade de vida dos pacientes.”
Jose Eduardo Cançado
Professor da Santa Casa de São Paulo e Membro do Comitê científico de asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia (SBPT)
“A aprovação do Dupilumabe para asma grave alérgica é muito importante para o sistema de saúde suplementar do Brasil. É uma nova e excelente opção de tratamento e controle dessa doença grave.”
Robusto Programa de Estudos Clínicos em Asma
De acordo com estudos publicados pelo American College of Chest Physicians4 e pelo New England Journal of Medicine5, entre outros, dupilumabe demonstrou-se tolerável em crianças com asma de moderada a grave, não controlada e com biomarcadores tipo 2 elevados, além de contribuir na redução contínua das exacerbações e na melhora da função pulmonar.
Entre adolescentes e adultos, em estudo apresentado no European Journal of Allergy and Clinical Immunology6, o tratamento com dupilumabe levou a melhorias na função pulmonar e sugeriu redução no impacto das exacerbações na função pulmonar em pacientes que sofreram algum ataque grave durante o estudo. Em outra análise divulgada pelo Journal of Allergy and Clinical Immunology7, dupilumabe reduziu as taxas de exacerbação grave, melhorou o controle da asma e suprimiu os biomarcadores inflamatórios tipo 2 em pacientes com asma não controlada, de moderada a grave.
Sobre a asma grave
A asma representa, atualmente, a quarta maior causa de internações no Sistema Único de Saúde8. São aproximadamente 350 mil casos por ano segundo o Datasus. Grande parte dos pacientes acredita que têm controle sobre a própria condição, quando, na verdade, apenas 12% da população asmática realiza o manejo correto da doença9. Um ponto relevante, mas pouco conhecido é que a asma não é a mesma para todo mundo. Mesmo que os sintomas (chiado no peito, falta de ar e tosse) sejam parecidos, o tipo da inflamação da asma pode ser diferente.
Por isso existem duas classificações: asma tipo 2, mais comum e, asma não tipo 2. A tipo 2 pode ser subdividida em alérgica, eosinofílica e mista10,11,12. Presente entre 50% até 70% dos pacientes com asma, a inflamação tipo 2 é um mecanismo de defesa do sistema imunológico contra um fator irritante que, quando acontece de forma exagerada, pode causar também dermatite atópica, rinite alérgica e rinossinusite crônica com pólipo nasal13,14,15,16,17.
Das mais de 339 milhões de crianças, adolescentes, adultos e idosos com asma no mundo18, cerca de 3,7% enfrentam a forma grave da doença19 e, mesmo com o uso de doses altas de corticoide e broncodilatadores de ação prolongada, os pacientes convivem com tosse, chiado no peito e dificuldade para respirar. São pessoas que têm maior chance de passar por crises graves, que podem demandar atendimentos em pronto-socorro ou hospitalizações20. E não para por aí: as infecções respiratórias, particularmente de causa viral, são um dos mais importantes fatores de risco para exacerbações, insuficiência respiratória aguda e outras complicações, que representam risco de morte para a pessoa asmática. Entretanto, o manejo adequado da asma a partir do acompanhamento médico, de adaptações no estilo de vida e da realização do tratamento correto de acordo com cada caso pode ajudar a minimizar este cenário.
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Fonte: Assessoria de Imprensa