Ainda que seja pouco comum, o Lúpus Eritematoso Sistêmico, ou apenas Lúpus, é uma doença crônica inflamatória de origem autoimune, cuja evolução pode alterar de um paciente para o outro. E no Paraná, existe a lei 19574, aprovada na Assembleia Legislativa e sancionada em 2018, que institui a Semana Estadual de Conscientização e Orientação Sobre o Lúpus, realizada anualmente na primeira semana do mês de maio. A data integra o Calendário Oficial de Eventos do Estado. “O Lúpus ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói alguns tecidos saudáveis do corpo. Não se sabe exatamente o que causa esse comportamento, mas pesquisas indicam que a doença seja resultado de uma combinação de fatores, como hormonais, infecciosos, genéticos e ambientais. A conscientização da sociedade acerca do Lúpus, é fundamental para que haja um melhor entendimento sobre a doença e, consequentemente, beneficiando, milhares de pacientes”, diz a deputada Cantora Mara Lima (PSC).
A lei prevê que, durante toda a semana, sejam realizadas ações de conscientização sobre o Lúpus Erimatoso Sistêmico (LES) e o Lúpus Eritematoso Discóide (LED). A diferença entre as duas manifestações é que o Discóide se limita à pele e o Lúpus Sistêmico pode acometer além da pele, as articulações e órgãos internos. As orientações incluem o esclarecimento à população sobre os sintomas, prevenção e tratamentos.
Os dados mais recentes da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) são de 2017 e apontam que há cerca de 65 mil pessoas com Lúpus no Brasil, sendo a maioria mulheres. A doença inflamatória é a principal causa de internação hospitalar entre as doenças reumáticas. Pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça, sexo, mas apresentando uma incidência maior nas mulheres, principalmente entre os 15 e 45 anos. Já nos homens, a doença está relacionada diretamente aos rins.
SINTOMAS E DIAGNÓSTICOS
O Lúpus é uma doença do sistema imunológico, com sintomas diferentes em cada local do corpo. Os mais comuns são: febre, perda de peso, fraqueza, manchas avermelhadas na pele, queda de cabelo, dores nas articulações, alterações pulmonares, convulsões, anemia e até alterações de humor. Além disso, a doença pode acometer somente a pele, principalmente as regiões que estão mais expostas ao sol, mas também pode atingir um ou mais órgãos internos. É o caso dos rins.
Aproximadamente 35% dos adultos com lúpus possuem algum comprometimento renal no momento do diagnóstico, como nefrite lúpica em 50% dos pacientes nos primeiros 10 anos da doença. Os médicos explicam que o Lúpus afeta os rins por causa do desequilíbrio na produção de anticorpos responsáveis pela proteína do próprio organismo e causam a inflamação do tecido renal, levando à fibrose e interrupção de seu funcionamento. As manifestações mais comuns são inchaço nas pernas, urina espumosa, pressão alta e diminuição da quantidade de urina.
O diagnóstico é feito em duas etapas: pela percepção dos sintomas e nas alterações identificadas em exames específicos, como os anticorpos anti-Sm e anti-DNA. Porém, eles detectam a doença em apenas 50% das pessoas.
TRATAMENTO
Além das medicações, do acompanhamento médico e de todo o tratamento adequado, os médicos alertam que o paciente deve cuidar muito bem de outros fatores, como a alimentação, evitar gorduras, bebida alcoólica e cigarros, fazer repouso adequado, evitar estresse, praticar exercícios regularmente, além de usar filtro solar e ter atenção rigorosa com medidas especiais de higiene, devido ao risco de infecções. “Quando o uso de medicamentos, os exames periódicos e o acompanhamento médico são feitos de forma correta, a doença pode ser controlada, gerando assim uma melhor qualidade de vida aos pacientes com Lúpus. Por isso, a importância da informação”, reforça Mara Lima.
(Reportagem: Alep/com revisão).
Fonte: Correio do Cidadão.