Um estudo publicado no Journal of Clinical Medicine indica que a musculação pode ser uma alternativa no tratamento e prevenção da dor lombar crônica, problema que afeta cerca de 619 milhões de pessoas no mundo.
Sedentarismo e má postura são algumas das causas da dor lombar, que foi considerada a maior causa de incapacidade no mundo em 2023. “Fatores como sobrepeso e obesidade, também aumentam as cargas na coluna, contribuindo para o desgaste das suas estruturas. O estilo de vida moderno, com longos períodos sentados e falta de atividade física, é outro fator determinante”, explica o médico fisiatra João Amadera.
A pesquisa aponta que pacientes que fazem exercícios como e levantamentos de peso apresentam melhorias na resistência muscular, força das pernas e na estabilização da região lombar, o que diminui a intensidade da dor.
Os treinos também aumentam o volume dos músculos que ficam próximos às vértebras e são essenciais para a estabilização da coluna, além de oferecer benefícios psicológicos. Foram observadas reduções significativas na cinesiofobia – o medo de se movimentar por causa da dor -, promovendo maior confiança e qualidade de vida ao paciente.
“Além das adaptações que ajudam a diminuir o incômodo dos pacientes, os exercícios previnem o surgimento da dor. Em ambos os casos, a tensão é absorvida pela musculatura, que fica mais fortalecida, o que resulta numa menor sobrecarga nas vértebras, discos e ligamentos”, explica o treinador da Smart Fit, Daniel Carlos.
Apesar dos benefícios comprovados da musculação, muitos pacientes temem a piora da dor ou sentem insegurança para iniciar os treinos. No entanto, com treinos adaptados e acompanhamento profissional, o risco de agravamento da condição é minimizado, o que torna a prática uma opção segura e eficaz.
“A execução incorreta dos exercícios e o excesso de carga podem intensificar a dor ou mesmo agravar as lesões. Fazer exercícios ‘roubando’ é a pior estratégia que se pode adotar e a execução correta deve ser sempre observada”, explica João Amadera.
A orientação e acompanhamento de um profissional de educação física exclui exercícios potencialmente prejudiciais, como rotações excessivas do tronco e levantamento de cargas sem a técnica correta. Daniel explica que atividades com movimentos rápidos, alta intensidade ou que resultam em impactos longitudinais também devem ser evitadas.
“Geralmente, a dor está atrelada à falta de sincronismo da ativação das unidades motoras, especialmente dos músculos paravertebrais, que quando exigidos abruptamente não respondem de forma satisfatória, acarretando em danos não desejados”, conta.
Fonte: Estado de Minas.