Médica reumatologista orienta os pacientes sobre diversos cuidados em situações especiais, entre elas, gestação, saúde bucal e audição
Os cuidados e orientações aos pacientes para que possam conviver da melhor forma possível com a doença foi tema da palestra da médica reumatologia, Dra. Bruna Chu. A especialista abordou de forma específica certas situações como gestação, saúde bucal, audição, cuidados com os intestinos, dificuldade de diagnóstico, riscos do uso de medicamentos biológicos, entre outros temas. Confira!
Gestação
“É muito importante planejamento junto ao médico reumatologista e obstetra. Além disso, é indicado para paciente engravidar apenas quando a doença estiver controlada”, explica Dra. Bruna. Em relação à fertilidade, a especialista destaca que não há problemas por conta das doenças reumáticas. A gestação também é tranquila, sem alteração da doença durante a gestação. Mas atenção: pode piorar até 60% após o parto. Algumas medicações para tratamento das espondiloartrites são permitidas e outras não durante a gestação. As proibidas são o metotrexato e leflunomida. O anti-inflamatório pode ser usado antes do terceiro trimestre, já os corticoides devem ser usados com cautela e a sulfassalazina é permitida.
Audição e saúde bucal
Os pacientes com espondiloartrites podem ter algumas complicações ou riscos maiores para desenvolvimento de problemas auditivos. Para acompanhar a audição, é importante fazer acompanhamento com o médico otorrinolaringologista e exames, como a audiometria. Em relação à saúde bucal, os pacientes reumáticos têm risco aumentado para doenças como periodontite. Para evitar, é importante não consumir álcool e cigarro e manter a higiene em dia.
Intestino e transplante de fezes
“Em 70% dos portadores de espondiloartrites há alguma inflamação do intestino”, destaca a reumatologista. Porém, não é indicado o transplante fecal, já que ainda não é um tratamento aprovado para a espondiloartrite.
Quais são os riscos de usar os medicamentos biológicos?
Os medicamentos biológicos são um avanço no tratamento de várias doenças, entre elas as espondiloartrites. No entanto, há alguns efeitos colaterais, como qualquer outro medicamento. Podem acontecer algumas reações no local das injeções, aumento da possibilidade de infecções como pneumonia, herpes zoster e tuberculose e, em casos raros, pode levar a insuficiência cardíaca, doenças autoimunes e risco aumentado para câncer de pele.
Dificuldade no diagnóstico do HLA-B27 negativo
O diagnóstico de uma espondiloartrite não é algo meramente fácil. Isso porque a dor na coluna pode ter várias causas. Segundo a Dra. Bruna, basicamente os critérios para diagnóstico são: apresentar dor na coluna antes dos 45 anos e por mais de três meses, apresentar alterações na sacroiliíte e mais uma característica de uma lista de sintomas ou doenças pré-existentes. Se não for possível o diagnóstico por este caminho, o médico poderá adotar a presença do marcador HLA-B27 mais duas características da lista.
Costocondrite e doenças cardíacas
A costocondrite é uma inflamação na região das costelas, que muitas vezes pode confundir com uma doença cardíaca. Por outro lado, os pacientes com espondiloartrites têm risco aumentado para desenvolver doenças cardiovasculares. Na dúvida, é importante sempre consultar um cardiologista. “Se se sentir alguma dor no peito, é preciso procurar ajuda médica o quanto antes”, alerta a reumatologista.
Qual o risco de meus filhos terem espondiloartrites?
“Se um dos pais tem espondilite, o risco gira em torno de 7 a 10%. Mas a chance de não ter é cerca de 10 vezes maior do que ter”, explica a médica. No caso de filhos que sejam HLA-B27 positivos, o risco é um pouco maior, podendo chegar a 20%.
Confira a palestra completa no vídeo: