Você sabia que a cenoura, conhecida por seus benefícios à visão, possui uma substância que pode ser muito prejudicial se consumida em excesso? A busca pela saúde ocular perfeita muitas vezes nos leva a adotar dietas ricas em certos nutrientes, mas será que o ‘mais’ é sempre o melhor? Para ajudar a conscientizar a população, a Dra. Thaís Borges, oftalmologista do H.Olhos – Hospital de Olhos, nos ajuda a entender essa tênue relação entre bons e maus hábitos alimentares relacionados à visão:
“É importante pensarmos no equilíbrio quando nos alimentamos, refletindo sobre como a obsessão por mais ingredientes e vitaminas, vendidos como benéficos, pode, ironicamente, nos deixar com sequelas, como enxergar menos”, explica Dra. Thais.
Enquanto o betacaroteno presente na cenoura é essencial para a saúde dos olhos, o consumo exagerado do suplemento dessa substância – atualmente encontrado facilmente em farmácias e até mesmo em marketplaces na internet – leva a condições adversas, como a hipervitaminose A, que entre os sintomas mais comuns estão a visão embaçada e a fotopsia, que é a percepção de flashes ou faíscas de luz.
Outro mito é o consumo indiscriminado de antioxidantes. De acordo com a médica, uma dieta rica em antioxidantes, especialmente proveniente de frutas e vegetais frescos, pode ajudar a proteger as células contra danos oculares, mas o consumo em excesso pode desencadear problemas intestinais e provocar reações inesperadas no corpo, sendo necessário cautela ao ingerir um aditivo nutricional sem prescrição médica. “É importante consultar um oftalmologista antes de iniciar qualquer suplementação, pois nem todos os suplementos são adequados para qualquer indivíduo e a abundância de certos nutrientes pode ser prejudicial à visão”, diz a Dra. Thaís.
A médica também ressalta que grávidas, pessoas com mais de 49 anos ou com condições médicas específicas devem ter preocupações adicionais ao considerar a suplementação vitamínica e, embora a nutrição adequada desempenhe um papel importante para a saúde dos olhos, ela não substitui o acompanhamento médico. “Vitaminas e suplementos nutricionais não são uma cura para doenças oculares, nem devolverão a visão que já tenha sido perdida. Mas uma boa nutrição em todas as idades é vital para todo o corpo e desempenha um papel importante na manutenção da saúde dos olhos”, explica.
Raio-X dos alimentos
Mas, afinal, quais alimentos devem ter preferência na hora de cuidar da saúde dos olhos? De acordo com a Dra. Thaís, com equilíbrio e acompanhamento médico adequado, esses são os mais indicados:
- Vitamina C, vitamina E, zinco, luteína, zeaxantina e ácidos graxos ômega-3 estão associados a um menor risco de degeneração macular relacionada à idade (DMRI), catarata e, possivelmente, olho seco mais tarde na vida.
- Luteína e zeaxantina, nutrientes encontrados naturalmente em vegetais e frutas como laranja, mamão, brócolis e couve são essenciais para a saúde ocular.
- Antioxidantes: A oxidação pode causar catarata, alterando a composição do cristalino e tornando-o opaco. Por isso, grupos de nutrientes com vitaminas A, C e E, carotenóides, luteína, zeaxantina e selênio, que atuam como antioxidantes, ajudam a proteger nossas células contra danos.
- No entanto, é importante notar que os suplementos antioxidantes em forma de pílula não ajudam a prevenir a catarata e podem até ser prejudiciais.
- Dieta Mediterrânea: baseada em vegetais e frutos do mar, pode reduzir o risco de doenças cardíacas e degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
- Dieta de Baixo Índice Glicêmico: Pessoas que têm ou estão em risco de desenvolver diabetes ou degeneração macular relacionada à idade (DMRI) podem se beneficiar seguindo uma dieta de baixo índice glicêmico. Com o diabetes, os níveis de açúcar no sangue podem ficar muito altos, o que causa sérios problemas de saúde e pode levar à perda de visão.
- Olho Seco e Ácidos Graxos Ômega-3 e Ômega-6: ocorre quando os olhos não produzem lágrimas suficientes ou com qualidade ruim para mantê-los lubrificados e confortáveis. Lágrimas artificiais e medicamentos são muito úteis, mas adicionar ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 à dieta também pode proporcionar alívio.
Fonte: Assessoria de Imprensa