Não é normal. Porém, só é preciso atenção se estiver acompanhado de dor, caso contrário, o estalo —ou ressalto, como é conhecido na medicina — não requer nenhum cuidado maior. Mas é importante detectar a causa dessas crepitações, que pode ser o atrito natural entre os tendões e estruturas ósseas ou também envolver alterações anatômicas ou patológicas. Por exemplo, durante a movimentação do ombro, é possível que alguma estrutura (ligamento ou tendão) mude sua posição e, ao retornar à posição de repouso, leve ao estalo.
Da mesma forma, o fluido presente na articulação do ombro, chamado líquido sinovial, em função da sua composição (nitrogênio, dióxido de carbono e oxigênio), pode produzir um gás que forma bolhas gasosas. Então, quando a articulação é movida, essas bolhas rompem, levando ao estalo. Além disso, o desgaste da cartilagem pode causar atrito entre as estruturas ósseas, o que também gera o ressalto.
Bastante comum entre os adolescentes, esse incômodo se dá em decorrência da fase conhecida como estirão do crescimento. Isso porque, é nesse período em que os músculos podem não acompanhar a velocidade de crescimento dos ossos. Com isso, o tecido muscular fica menor que o ósseo, podendo ter como sinal os ruídos nos movimentos. Existem, também, algumas doenças que podem levar aos estalos nos ombros, como a escápula em ressalto, artrose do ombro, instabilidade do ombro, luxação ou subluxação do cabo longo do bíceps, lesões labrais, defeitos ósseos, tendinites e bursites.
Alerta durante as atividades físicas
Mas quando os estalos nos ombros surgem depois de um treinamento, é preciso ficar atento, já que os músculos exigidos no exercício podem estar encurtados, o que acaba sobrecarregando a articulação. Ou ainda, a própria atividade física mal executada pode causar lesões no ombro, causando os estalos e a dor.
O tratamento é indicado apenas se o ressalto estiver incomodando. Nesse caso, a terapia envolve o fortalecimento de alguns grupos musculares por meio de fisioterapia, reorientação postural, reeducação de exercícios, ou cirurgia. Por isso, é importante a avaliação clínica com especialista de ombro para a definição diagnóstica de cada caso.
Fontes: Alexandre Stivanin, ortopedista membro da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) e do Hospital Samaritano, em São Paulo; Layron Alves, médico ortopedista e especialista em cirurgia do ombro e cotovelo, membro da SBOT e da SBCOC (Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo); Luis Alfredo Gómez Vieira, chefe do serviço de ombro e cotovelo do Hospital Português, na Bahia e 1º Secretário da SBCOC; e Yussef Abdouni, médico ortopedista titular da SBOT e parte do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Fonte: Uol
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