Diagnóstico e tratamento precoces amenizam as consequências da doença
Tida erroneamente como “doença de idosos”, a artrite reumatoide pode acometer jovens e até mesmo crianças. Para aumentar o conhecimento sobre o problema e também alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, estabeleceu-se outubro como o mês de conscientização mundial sobre artrite reumatoide.
Trata-se de uma doença sistêmica crônica. Ou seja, pode afetar diversas partes do organismo – embora atinja principalmente as articulações. E, por ser crônica, não tem cura e sim controle. A causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que é autoimune – os tecidos são atacados pelo próprio sistema imunológico do corpo. Afeta entre 0,5% e 1% da população mundial adulta e cerca de três vezes mais mulheres do que homens. Pessoas com histórico familiar têm mais risco de desenvolver a doença.
Sintomas
De acordo com a reumatologista Karine Luz, da Clínica Ultrarticular, de São Paulo, é importante estar atento aos sintomas porque ao tratar os sintomas logo no início, há mais chance de controle. “Os sinais iniciais da doença são dor, inchaço, rigidez e inflamação nas membranas sinoviais (tecido que reveste as articulações) e nas estruturas articulares. Importante lembrar que a dor, com a progressão da doença, ocorre nos dois membros simultaneamente: nas duas mãos, nos dois joelhos, por exemplo”, diz Karine. “Outra característica é que os sintomas podem desaparecer por um tempo e depois voltar”.
Depois de algum tempo, os sintomas podem incluir fadiga, perda de energia, falta de apetite, dores, rigidez muscular e articular, que são mais comuns na parte da manhã. Durante as crises, as articulações podem ficar vermelhas, inchadas, doloridas e sensíveis. “Isso acontece por conta da inflamação da membrana sinovial”, explica Karine.
Diagnóstico
Quando esses sintomas aparecerem, é importante procurar um reumatologista – profissional mais indicado para tratar do problema. O médico irá confirmar o diagnóstico por meio de exames clínicos, laboratoriais e de imagens. específicos. A reumatologista Karine Luz inclui no diagnóstico um exame específico de ultrassom para detectar a inflamação e os danos osteoarticulates. “Há evidências do impacto do ultrassom no diagnóstico clínico da artrite reumatoide precoce”, diz a Dra. Karine.
Prevenção
Cuidar da alimentação, praticar exercícios físicos e não fumar são algumas das maneiras de prevenir o problema – especialmente quem tem pessoas na família com histórico da doença.
Tratamento
Após o diagnóstico e dependendo do grau da doença, o médico pode prescrever corticoides. Atualmente, indicam-se também drogas modificadoras do curso da doença e a terapia imunobiológica que tem a função de diminuir a dor e evitar o progresso da inflamação e das deformidades nas articulações. “A fisioterapia e a terapia ocupacional também fazem parte do arsenal terapêutico e contribuem para que o paciente possa continuar a exercer as atividades diárias”, conclui a reumatologista.
Sobre Karine Luz
Médica responsável pela clínica Ultrarticular, São Paulo. Formada pela Universidade Católica de Pelotas, com especialização em Reumatologia na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), onde realizou mestrado e doutorado com estudos em infiltração em reumatologia e o uso do ultrassom na artrite reumatóide.Possui cursos e treinamentos para o uso do ultrassom nas doenças reumatológicas em centros de referência internacionais: Universidade de Leeds (Inglaterra), Università Pollitecnica delle Marche (Itália) e Universidade de Barcelona (Espanha). Membro da Comissão de Imagem da Sociedade Brasileira de Reumatologia e do Grupo de Ultrassom do PANLAR (Pan American League of Associations for Rheumatology).
Fonte: Assessoria de Imprensa – Segs