Um esforço conjunto de equipes da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e da Secretaria Municipal da Saúde investe no controle de um problema que afeta cada vez mais pessoas em todo o mundo: as dores musculoesqueléticas.
O nome da doença é grande e os incômodos que a provocam são ainda maiores entre a população adulta e produtiva. As dores são caracterizadas por dores agudas ou crônicas, localizadas e persistentes, em músculos, articulações, ligamentos, tendões e ossos de qualquer parte do corpo.
Em setembro, fisioterapeutas da rede municipal de reabilitação de Ribeirão Preto receberam treinamento sobre autocuidados e prescrição de exercícios domiciliares. O curso foi organizado pela professora Anamaria Siriani de Oliveira e envolveu a graduação em Fisioterapia da FMRP e residentes fisioterapeutas do Programa de Residência Multiprofissional.
Os profissionais também foram atualizados quanto à utilização de cartilhas e vídeos pelos pacientes em atendimento. O material, produzido pelas equipes da USP e do Hospital das Clínicas da FMRP, contém exercícios e orientações para hábitos de vida saudável e pode ser acessado por qualquer pessoa. Basta encaminhar mensagem para siriani@fmrp.usp.br, solicitando exemplares das cartilhas, e acessar o YouTube para assistir aos vídeos: Autocuidado para dor lombar, Autocuidado para dor no ombro e Autocuidado para dor no joelho.
O objetivo é melhorar o atendimento de fisioterapia para a população de Ribeirão Preto nas três condições musculoesqueléticas mais encaminhadas para unidades de fisioterapia no município: dor lombar, dor no ombro e dor nos joelhos. A fila de espera por atendimentos fisioterápicos hoje ultrapassa os três mil pacientes.
A parceria dos órgãos públicos de saúde foi responsável também pela abertura recente de mais um serviço de fisioterapia na cidade, desta vez no Centro de Saúde Escola (CSE-Cuiabá).
Dor musculoesquelética
Estudo publicado pela equipe da USP, com base nos dados dos encaminhamentos para os serviços especializados de fisioterapia da rede pública de saúde da cidade, mostra que as mulheres entre 40 e 79 anos (79,24%) são as que mais procuram pelo tratamento (70,52%).
Os pacientes são encaminhados, principalmente, por fisioterapeutas e médicos fisiatras e clínicos (48,57%) para buscarem tratamentos ambulatoriais (57,55%). A dor lombar baixa (12,14%), a dos ombros (4,43%) e dos joelhos (4,12%) são as dores mais frequentes.
Segundo especialistas, os vilões são os novos hábitos de vida, o estresse e as cobranças sociais, que fazem da dor musculoesquelética a mais prevalente e com incidência crescente nos últimos anos. A doença tem não só agravado as condições físicas, psicológicas e sociais das pessoas, mas também aumentado os gastos com saúde.
Rita Stella
Mais informações: siriani@fmrp.usp.br