O lúpus é uma doença autoimune, crônica e inflamatória que pode comprometer órgãos como pulmão, coração, cérebro e rins, também pode atingir as células do sangue, levando à anemia, à redução das células de defesa e plaquetas. Trata-se de uma enfermidade que evolui de forma rápida, em semanas ou meses.
A principal causa é a predisposição genética, mas os fatores que desencadeiam a doença podem ser o excesso de exposição ao sol, a taxa elevada de estrógeno e até mesmo picos de estresse.
O lúpus acomete mais as mulheres (1 homem a cada dez mulheres), especialmente em idade fértil, entre 15 e 45 anos, com leve predomínio na raça negra. No Brasil, estima-se que haja 65 mil pessoas com a doença.
Os sintomas iniciais envolvem perda de peso, fraqueza, queda de cabelo e febre. À medida que a doença inflama os tecidos, estes também apresentam manifestações clínicas – pele com lesões avermelhadas em áreas mais expostas ao sol, como rosto e braços.
Os pacientes também podem sentir dor nas articulações. “Acordam com dor e, algumas vezes, apresentam artrite, que é a junta inflamada, que fica inchada, vermelha e quente”, explica a reumatologista Nafice Costa, vice-presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR).
O diagnóstico do lúpus é baseado nessas manifestações clínicas e em exames laboratoriais, de sangue e urina, e de imagem. “Não existe um exame específico para diagnosticar o lúpus, mas o FAN, que é um anticorpo de fator antinuclear, está presente em 98% das lúpicas. Então, a presença de um FAN em pacientes com manifestação clínica permite o diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico”, esclarece a dra. Nafice.
O tratamento é feito tanto com remédios quanto com dietas, diminuindo o uso de açúcares, sal e gorduras, e aumentando a ingestão de cálcio e vitamina D – que tende a diminuir, já que pessoas com lúpus não devem se expor ao sol.
Segundo a vice-presidente da SPR, “o atual arsenal terapêutico é bem razoável, o que tem aumentado bastante a sobrevida desses pacientes”. Ela também explica que as atividades físicas têm um papel importante no tratamento da doença, pois ajudam a melhorar as dores e a fadiga que os pacientes frequentemente sentem. “Além de melhorar a autoestima, o que é fundamental nesses casos.”
Hidroxicloroquina traz risco para quem tem lúpus – Um dos principais medicamentos utilizados para tratamento do lúpus é a hidroxicloroquina. Embora não existam comprovações científicas, a droga tem sido apontada para o tratamento da COVID-19 e, consequentemente, muito procurada pela população em geral. A falta desse medicamento nas farmácias afeta diretamente os pacientes com lúpus, visto que, para o tratamento dessa enfermidade, a eficácia da hidroxicloroquina é comprovada e extremamente benéfica. “O medicamento age tanto nas manifestações clínicas, articulares e cutâneas, quanto na renal, podendo evitar a formação de trombos, diminuindo a mortalidade e aumentando a sobrevida de pacientes com lúpus”, ressalta a reumatologista da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR).
Fonte para entrevistas: dra. Nafice Costa, reumatologista e vice-presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR)
A Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) é uma associação civil científica, sem fins lucrativos, criada para representar os reumatologistas do Estado de São Paulo. Desde sua fundação, em 1953, a SPR atua ativamente para cumprir o papel de levar aos profissionais da saúde do Estado de São Paulo e ao público em geral as mais recentes conquistas científicas no campo da reumatologia. A SPR é afiliada à Associação Paulista de Medicina e à Sociedade Brasileira de Reumatologia / Associação Médica Brasileira.
Fonte: Assessoria de imprensa.