Deixar de conseguir abotoar um botão ou atacar os atacadores, assim como ter dificuldades na higiene diária, são algumas das consequências para quem sofre de artroses. “A doença pode afetar todas as articulações mas é mais comum nos joelhos, na anca e nos dedos das mãos. É um desgaste das cartilagens articulares, que atinge também o osso e as estruturas à volta da articulação, como é o caso dos músculos e dos ligamentos. E provoca dores”, explica a reumatologista Susana Capela.
A osteoartrose ou artrose – como é mais conhecida – vai sendo mais frequente com o envelhecimento, que é um fator de agravamento. Ainda assim, a médica do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, avisa que “não se pode dizer que é uma doença do idoso”. “Muitas vezes surge numa idade mais jovem. Se a osteoartrose for secundária, ou seja, como consequência de outras doenças, é comum que apareça na faixa etária dos 20 ou 30 anos”. Quem expõe o aparelho locomotor a sobrecargas ou a trabalho excessivo tem mais tendência a desenvolver artroses. Por exemplo, os futebolistas têm com frequência este problema nos joelhos, devido ao esforço. “O excesso de peso, sobretudo nos joelhos e ancas, também contribui para desenvolver esta doença”, diz Susana Capela.
O MEU CASO
“Melhorei ao fazer fisioterapia” As dores nos joelhos e nas mãos de Maria Manuela Fragoso surgiram pelos 40 anos. “Tinha muita dificuldade em lavar a roupa e lavar o chão também era complicado”, explica ao CM a reformada, agora com 79 anos. Para travar a evolução da osteoartrose, todos os dias toma medicamentos e faz fisioterapia três vezes por semana. “Noto que fiquei melhor desde que lá comecei, sei que não tem cura mas a minha qualidade de vida melhorou porque sinto menos dores”, afirma. Maria Manuela conta ainda que os sintomas se agravam durante o inverno.
DISCURSO DIRETO
Susana Capela, reumatologista no Hospital de Santa Maria, em Lisboa “Doentes ficam mais isolados” CM: Além da dor, que outros sintomas existem nas artroses?
Susana Capela – Em alguns doentes podemos também ter uma rigidez, ou seja, uma sensação de prisão nas articulações. Há ainda casos de artroses inflamatórias, onde há líquido dentro da articulação. CM –
Que consequências há para a qualidade de vida?
Susana Capela – Do ponto de vista social, estas pessoas vão ficando mais isoladas pelas dificuldades que têm nas tarefas do dia a dia. As dores são maiores com os esforços e os movimentos. E podem precisar de uma canadiana para caminhar.
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