O atendimento da Clínica da Dor do Hospital Universitário de Brasília (HUB) foi parcialmente suspenso durante o mês de abril para “readequações”. De acordo com a assessoria da unidade de saúde, os serviços não puderam ser agendados no período. O espaço existe há nove anos e atende cerca de 60 pacientes que apresentem dores crônicas, geralmente tratadas com remédios considerados mais fortes.
A dona de casa Maria Mônica Muniz tem síndrome complexa de dor regional – quadro que causa dor em extremidades e se assemelha à fibromialgia – e diz que tenta agendamento há três meses. “Estamos sem receita e só tinha uma médica. Ela foi informada que tinha acabado o ambulatório. Ficamos sem saber o motivo de acabar com o ambulatório.”
A mulher conta que começou a ter fortes dores do punho depois te ter sofrido uma fratura. Por causa da síndrome, o cérebro segue enviando estímulos de dor à região, mesmo com a curta.
“A fratura foi tratada, não tem mais nada, mas meu cérebro não entende isso e continua mandando sinais de dor. Sinto dores 24 horas”, diz. “Preciso do remédio, de tratamento. Sem isso, eu não consigo fazer nada dentro de casa, nem compras. Não consigo carregar nem um saco de arroz.”
Cerca de 15 pacientes foram com cartazes para o HUB nesta quinta-feira (5) para protestar contra a paralisação do tratamento. De acordo com Mônica, eles foram à ouvidoria e à direção do hospital. “Viemos pra fazer barulho. A gente já ligou, já foi atrás e ninguém dava respostas.”
De acordo com representantes do hospital, a Clínica da Dor funcionava com dois ambulatórios, com apenas um médico. Com a reformulação das atividades, haverá uma unificação e a criação do Ambulatório de Dor Multidisciplinar, com fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros e dentistas. A assessoria disse que os agendamentos já começaram a ser feitos e que os serviços passam a ser prestados nesta quinta.
Fonte: G1