A gota, conhecida também como artrite gotosa, é uma doença reumática causada pela elevação dos níveis de ácido úrico no sangue (hiperuricemia). A substância, por sua vez, surge como resultado da decomposição de purinas — proteína contida em diversos alimentos. Quando o excesso de produção do ácido úrico não é eliminado pelos rins, ele acaba se acumulando nas articulações, formando pequenos cristais de uratos de sódio e despertando os surtos dolorosos da doença.
“É importante ressaltar que nem todas as pessoas que possuem hiperuricemia irão desenvolver a gota”, garante a coordenadora de reumatologia do Hospital Sírio Libanês, Luciana Feitosa Muniz. Isso porque o histórico familiar também é um importante fator para o surgimento da doença e deve ser levado em conta. De acordo com a coordenadora,a carga genética que atua na capacidade de eliminação do excesso de ácido úrico pela urina interfere diretamente no desenvolvimento da doença.
Sintomas
A gota pode causar dor e inchaço em qualquer articulação, mas afeta principalmente os membros inferiores, como os tornozelos e o dedão do pé. A doença pode provocar também o aumento da temperatura e vermelhidão nas regiões acometidas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a dor, na maior parte dos casos, começa durante a madrugada e é intensa o suficiente para despertar a pessoa.
“Além disso, o paciente pode sofrer com cólicas renais e apresentar depósitos de cristais de ácido úrico debaixo da pele também, formando protuberâncias nos dedos, cotovelos, joelhos, pés e orelhas”, afirma a reumatologista. Caso a pessoa não receba o tratamento adequado, as crises podem evoluir rapidamente para dores mais fortes, podendo permanecer nesse estágio ao longo de uma semana ou mais.
Diagnóstico da gota
Além da apuração do histórico familiar do paciente, o diagnóstico é feito por meio da análise física e alguns exames complementares, como a dosagem de ácido úrico no sangue e na urina. É possível também que o médico solicite exames de imagem, como raio-X, ultrassom e tomografia computadorizada para identificar o problema.
Fatores de risco
- Problemas de saúde como hipertensão, diabetes, colesterol alto e aterosclerose.
- Sexo: a gota é mais comum em homens. Isso porque o estrogênio — hormônio sexual feminino — ajuda na eliminação do excesso de ácido úrico.
- Idade avançada. Após os 40 anos, os rins têm mais dificuldade para realizar a filtragem do ácido úrico, o que provoca o acúmulo dos níveis da substância no sangue.
- Ingestão exagerada de álcool (principalmente a cerveja, que possui altos níveis de purina).
- Obesidade. Além de as pessoas com quadros de obesidade consumirem mais alimentos que contenham purina, suas articulações sofrem uma maior pressão devido ao excesso de peso.
- Alguns medicamentos como aspirina, diuréticos tiazídicos (utilizados no tratamento da hipertensão) e imunossupressores (indicados para pacientes que passaram por transplante de órgão) também contribuem para o surgimento da doença.
Tratamento da gota
A doença não tem cura, mas o tratamento adequado é capaz de controlar os seus surtos dolorosos. Segundo Luciana, as crises agudas de gota podem ser contidas com o uso de colchicina, anti-inflamatórios não hormonais e corticoides. “Ao serem amenizadas, é preciso incluir também medicamentos específicos para diminuir os níveis de ácido úrico no organismo”, afirma a especialista. Quando a doença prejudica os movimentos articulares, a intervenção cirúrgica também pode ser recomendada.
Prevenção
Para prevenir a doença, o Instituto de Longevidade, com a ajuda da reumatologista Luciana Feitosa, listou alguns cuidados que devem fazer parte da sua rotina diária. Confira abaixo:
- Controle o consumo de frutos do mar, mariscos, aves e carnes vermelhas, pois esses alimentos possuem quantidades altas de purina;
- Beba bastante água. A hidratação dificulta a cristalização do ácido úrico no organismo e ainda ajuda os rins a eliminarem o excesso da substância, evitando os picos de dores da doença;
- Reduza a ingestão de bebidas alcoólicas, pois elas podem aumentar a quantidade de ácido úrico no sangue;
- Mantenha o peso corporal adequado e faça exercícios físicos.
Com informações Instituto de longevidade Mongeral Aegon
Fonte: São Joaquim online.