Para pacientes com fibromialgia, a atividade física pode atuar como meio canalizador do estresse, podendo assim reduzir os sintomas da doença. Ainda que estudos reportem os benefícios do exercício no tratamento desta síndrome, muitas pessoas com fibromialgia ficam desencorajadas a participar de programas de exercícios físicos, poupando os movimentos nos locais dolorosos por temerem um agravamento de seus
sintomas. Esse pensamento errôneo compromete ainda mais a qualidade de vida do fibromiálgico, uma vez que através da atividade física pode-se promover um relaxamento nos locais de dor, aliviando os
sintomas.
Estudos realizados mundialmente afirmam que o estresse pode ser um dos agentes relevantes para desencadear a fibromialgia, uma vez que muitos pacientes relataram o surgimento dos primeiros sintomas da doença após um período de estresse crônico. Contudo, de acordo com alguns especialistas, o estresse não causa a fibromialgia, mas tem importante papel na piora dos sintomas. Ao se iniciar uma atividade física, principalmente aeróbica, as frequências respiratória e cardíaca, bem como o volume de sangue bombeado aumentam, pois os músculos envolvidos na atividade necessitam de uma maior quantidade de sangue para realizar a contração muscular.
Essas alterações são respostas agudas do organismo ao exercício e retornam aos níveis de repouso após o término da atividade. Caso as sessões sejam continuadas diariamente, por várias semanas, meses ou anos, essas alterações passam a ser crônicas, ou seja, modificam o perfil fisiológico do indivíduo tanto na condição de repouso, quanto durante o exercício, fazendo com que o corpo responda mais facilmente ao esforço. No tratamento da fibromialgia, a inserção da atividade física é fundamental.
O exercício pode melhorar a disposição, o sono, auxiliar as respostas ao estresse e, após algum tempo, diminuir a sensação de dor. As evidências sugerem, até o momento, que as atividades aeróbias e sessões de alongamento são benéficas, com leve superioridade das atividades aeróbias, pois seu efeito terapêutico influencia vários aspectos da fibromialgia, tais como, melhora das alterações isquêmicas e metabólicas nos tender points, além de aumentar os níveis de endorfinas e melhorar o estado mental e o padrão de sono. Outra modalidade motora que pode ser utilizada no tratamento da fibromialgia é o exercício resistido com pesos (musculação).
Contudo, esse tipo de atividade não é muito utilizado, pois no início das sessões os pacientes relatam dor durante a execução dos exercícios, o que leva a uma grande desistência por parte dos praticantes.
A atividade física deve ser realizada de maneira progressiva, individualizada e se possível supervisionada, proporcionando um grande efeito analgésico. Alguns estudos mostram melhora global, inclusive na auto-estima de pacientes que praticam atividade física. A oxigenação dos músculos e os índices de compostos de alta energia são melhorados com a prática regular de exercícios físicos.
Embora pacientes com fibromialgia sejam geralmente descondicionados em decorrência de hábitos sedentários, a atividade física é uma importante ferramenta para o controle dos sintomas desta síndrome.
O consenso atual é de que a prescrição de treinamento deve basear-se inicialmente em atividades de baixa intensidade, aumentando gradativamente a carga de trabalho. Além de promover analgesia, o exercício físico também atua favoravelmente sobre estados de estresse, depressão e ansiedade, quase sempre presentes em fibromiálgicos.
Tomando o conjunto destes efeitos, pode-se dizer que portadores de fibromialgia podem beneficiar-se com um estilo de vida ativo sob diferentes aspectos relacionados à qualidade de vida. Fibromialgia é uma doença debilitante que afeta 1 em cada 25 pessoas, sendo muito mais comum em mulheres. Pela quantidade de sintomas que pode apresentar, ela é qualificada como uma síndrome.
Os dois principais sintomas são dor muscular intensa e fadiga crônica. A síndrome de fibromialgia inclui distúrbios do sono, sensação de cérebro enevoado, irritabilidade, ansiedade, depressão, rigidez matinal, formigamento ou dormência nas mãos e pés, enxaqueca. Essa condição destrói a qualidade de vida. Não há nenhum teste de laboratório para confirmar o diagnóstico, e os exames de imagem também não mostram nada.
Além dos sintomas citados acima, o paciente pode se queixar de fraqueza, intestino irritável, enrijecimento articular, dificuldade de deglutição, problemas urinários, falhas de memória, tontura, desmaio, desequilíbrio, zumbido nos ouvidos e outros mais. Nem todas as pessoas diagnosticadas com fibromialgia experimentam todos os sintomas.
A fibromialgia é usualmente tratada com medicamentos, prática de exercício leve e redução de estresse. O tratamento convencional é paliativo na melhor das hipóteses, e prejudicial na pior das hipóteses. O uso de analgésicos, anti-inflamatórios e antidepressivos nem sempre funciona e não vai modificar o curso da doença.
Abordagens mais naturais para a fibromialgia visam a melhorar a dieta (tirar glúten, lactose e outros alimentos gatilho), evitar a exposição a substâncias químicas artificiais (aspartame, MSG, cigarro, corantes, vacinas etc.), e apoiar com nutrição ortomolecular, usando vitaminas, minerais, ômega-3, cúrcuma e outros elementos que ajudam a desinflamar o organismo e a melhorar a produção de energia pelas células.
O cérebro de pessoas com fibromialgia interpreta de forma exagerada os estímulos, ativando todo o sistema nervoso para fazer sentir mais dor (veja o post anterior). Não há uma causa definida: a fibromialgia pode aparecer depois de eventos graves na vida de uma pessoa, como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção séria.Há um viés genético na ocorrência de fibromialgia. Outras possibilidades são o estresse oxidativo e a inflamação, e também a autoimunidade.
Há uma grande prevalência de obesidade e sobrepeso em pacientes com fibromialgia. Excesso de peso produz inflamação no corpo. Esses pacientes apresentam altos níveis de citocinas pró-inflamatórias (interleucinas 1RA, 6 e 8) e baixos níveis de citocinas anti-inflamatórias. Evidências de alterações autoimunes, como polineuropatia periférica e lesões nos nervos da retina, estão presentes em portadores de fibromialgia, além da ocorrência simultânea de outras doenças autoimunes, como tireoidite de Hashimoto, osteoartrite e síndrome do intestino irritável.
Portadores de fibromialgia apresentam níveis altos de homocisteína no sangue. A homocisteína é um subproduto do metabolismo celular. Se ela estiver elevada, isto significa que um processo chamado metilação não está ocorrendo de forma adequada. A metilação é necessária para a reparação de danos celulares causados por processos inflamatórios e oxidativos, mantendo o corpo em boas condições de funcionamento, e depende de níveis adequados de B12 e folato. Há uma correlação direta entre o nível de vitamina B12 e a gravidade dos sintomas relatados
Fonte: Extraído de artigos científicos
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