Aplicativo desenvolvido pela Fiocruz difunde serviços menos conhecidos que a rede oferece e destaca conquistas na saúde pública que ela promoveu.
Desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco, o jogo SuperSUS foi lançado na terça-feira (6) durante a 16ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em Brasília. Gratuito e disponível para Android e em breve para iOS, o aplicativo quer difundir os direitos dos cidadãos na área da saúde pública e os serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde que ainda são pouco conhecidos.
Em 12 fases, o jogador assume o papel do próprio SUS, e tem que vencer alguns desafios que tiveram que ser enfrentados pela rede pública de saúde brasileira durante a sua trajetória. A cada etapa vencida, acumulam-se conquistas e atingem-se objetivos do SUS. Quando se perde, por outro lado, o jogo enfatiza os problemas gerados pela falta da rede.
No site do SuperSUS, há uma linha do tempo que sinaliza algumas conquistas da saúde pública obtidas após a criação do sistema. São marcos nos quais o jogo se inspirou, como o registro do último caso de poliomielite no Brasil, em 1989, e a criação do Sistema Nacional de Transplantes, em 1998.
O que ameaça o SUS
O SUS foi instituído pela lei nº 8.080, de 1990, que regula seus objetivos e atribuições, princípios e diretrizes, como ele se organiza, entre outros aspectos. A existência de um sistema semelhante já era prevista pela Constituição de 1988, cujo artigo 196 determina que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”, firmando a universalidade da cobertura do SUS. O artigo 198, por sua vez, trata de seu financiamento e da organização da sua rede, entre outros temas.
Em 5 de agosto de 2019, dia nacional da saúde, um ato em defesa do SUS abriu a programação do segundo dia da 16ª Conferência Nacional de Saúde. Participaram da manifestação gestores públicos, profissionais, autoridades e usuários da rede de atendimento.
Uma das bandeiras centrais do ato, também tema de discussão na conferência, é a melhoria do financiamento da saúde. Ele reivindica o fim da Emenda Constitucional 95, de dezembro de 2016, que ficou conhecida como a PEC do teto dos gastos e que restringiu parte do orçamento público destinado à área da saúde e a setores como a educação.
“Dados da Organização Panamericana de saúde mostram o problema, e nós vemos no dia-a-dia a diminuição do atendimento, a volta de doenças que não existiam mais, demora maior nas consultas e exames e falta de medicamentos. Tudo isso é consequência da falta de financiamento do SUS”, disse à EBC o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, em agosto de 2019.
Em julho de 2019, o Ministério da Saúde rompeu contratos com laboratórios para a produção de 19 medicamentos, que deixarão de ser distribuídos gratuitamente pelo SUS. Mais de 30 milhões de pacientes dependem desses tratamentos.