Há dois meses, o Brasil enfrenta uma escassez de medicamentos nas farmácias e unidades públicas de saúde. Faltam antibióticos, dipirona, anti-histamínicos, analgésicos, soro de reidratação, antimicrobianos e diuréticos. Levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) mostra que pelo menos 18 estados tiveram os processos licitatórios de mais de 30 medicamentos sem conclusão, no último ano, devido a dificuldades em relação aos preços dos medicamentos.
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), o desabastecimento de medicamentos essenciais é causado por diversos fatores: descontinuidade da produção de alguns fármacos pela indústria para priorizar medicamentos com maior demanda gerada pela pandemia de Covid-19; disseminação de epidemias, notadamente de síndromes respiratórias e doenças virais; falta de matéria-prima, em decorrência da guerra na Ucrânia e do lockdown na China, que impacta tanto a fabricação do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), quanto a chegada ao país dos estoques já adquiridos, parados na origem pelo fechamento dos portos chineses; e a necessidade de substituir os medicamentos em falta, o que gera um efeito cascata, dificultando o acesso aos fármacos que substituem aqueles com o abastecimento mais crítico.
Segundo o Conselho, a falta dos medicamentos em hospitais compromete o desfecho dos tratamentos prescritos e pode aumentar a ocorrência de complicações e de mortalidade nos estabelecimentos de saúde. “A falta de dipirona injetável no ambiente hospitalar, por exemplo, implica o uso de opióides, mais potentes, mais caros e com maior risco de efeitos adversos e complicações para o paciente, como a dependência”, explica o CFF.
O governo também decidiu incluir medicamentos na lista de produtos com redução do imposto de importação sobre insumos, como Amicacina Sulfato, Aminofilina, Cloridrato de Dopamina, Dipirona, Fludrocortisona, Leuprorrelina, Neostigmina, Oxitocina, Rivastigmina, Sulfato de Magnésio e bolsas para soro fisiológico.
Fonte: IstoÉ.