A realidade do tratamento para pacientes de artrite reumatoide mudou bastante dos anos 90 para cá: se antes desse período, o diagnóstico era uma sentença para uma vida de limitações e que na maioria dos casos envolvia cadeiras de rodas, morte por infecção ou problemas cardiovasculares, hoje, graças à novas tecnologias no tratamento, o cenário é completamente diferente.
E parte são graças ao advento dos medicamentos imunomoduladores e imunossupressores.
Imunomodulador x Imunossupressor
Imunomodulador é uma categoria de medicamento que age diretamente no sistema imunológico, ajudando em sua atividade e agindo diretamente nas doenças autoimunes. Dentre estes, existem os imunobiológicos, chamados de medicamentos alvo-específicos por atuarem numa substância específica, interferindo diretamente no processo causador da doença.
No caso da artrite reumatoide, por exemplo, esses medicamentos reduzem a inflamação e ajudam assim a evitar danos nas articulações, representando uma redução expressiva no índice de agravamento e mortalidade da doença. Os imunomoduladores, portanto, não matam a célula, mas a corrige.
Exemplos de drogas que agem assim são: o etanercepte, e adalimumabe, o golimumabe e o certolizumabe, que estão em uso no Brasil há mais de 20 anos.
Já o imunossupressor atua diretamente no sistema imune do paciente, diminuindo a imunidade de forma geral e impedindo assim que o processo inflamatório aconteça. São medicamentos como Azatioprina, Mercaptopurina e Metotrexato que auxiliam no controle da inflamação. Os imunossupressores ajudam a retirar a dependência do corticoide e, eventualmente, algumas dessas drogas também podem ter propriedade imunossupressora, como é o caso do Rituximabe.
O imunossupressor, portanto, é uma alternativa de tratamento, ainda que, em alguns casos, como o da Nefrite Lúpica, ele seja a primeira escolha. O reumatologista, Dr. Flávio Petean explica melhor. “ A doença autoimune é quando o seu próprio corpo produz anticorpos contra você. Logo, o objetivo dele (do imunossupressor) é impedir que isso aconteça. Há vários mecanismos de ação. Cada um tem seu perfil de segurança e seu perfil de efeitos colatores”.
Medicamentos eficazes e seguros
Dentro dos efeitos colaterais dos imunomoduladores, o principal é a parada de produção de sangue. Anemia, queda dos glóbulos brancos, queda de cabelo, são alguns efeitos colaterais. Apesar das manifestações, são medicamentos totalmente seguros, como reforça o Dr. Flávio: “Na nossa área o principal efeito é sobre o hemograma”.
Portanto, quem toma imunossupressor deve ter um segmento com alguns exames simples, já que a diminuição também torna o paciente um pouco mais suscetível: hemograma, enzimas do fígado, creatinina para ver se houve alteração no funcionamento do rim, exame de urina. “Daí a necessidade quando se usa essas drogas de sempre ter um médico te acompanhando para poder avaliar se está havendo efeitos adversos, efeitos colaterais”.
O futuro do imunotratamento
O cenário atual no tratamento da artrite reumatoide e em várias doenças autoimunes é promissor, com novidades em drogas e abordagens sempre sendo anunciadas. “Não existe uma droga que resolva o problema de todos os pacientes”, explica o Dr. Flávio, “se você pegar 10 pacientes com a mesma doença e os mesmo exames, pode ser que você dará um remédio diferente para cada um deles. É por isso que a cada dia vemos novos medicamentos e muitos outros lançamentos estão por chegar”.
Grupar BR Entendendo a imunossupressão e a imunomodulação