A sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) divulgaram uma carta na qual destacam a importância da elaboração de um documento de Protocolo Clínico e de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a dermatite atópica. Nesse sentido, as entidades solicitam uma reunião com a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC / Ministério da Saúde).
As signatárias enfatizam que para uma melhor assistência médica é necessário aliar a otimização dos recursos públicos à elaboração do PCDT sobre a doença. Segundo argumentam, isso se justifica por conta de fatores, como: prevalência da dermatite atópica, heterogeneidade da população com a doença, necessidades não atendidas, diferentes opções terapêuticas para pacientes com quadros de moderado a grave, controvérsias em relação à segurança de imunossupressores e necessidade de critérios para tratamentos sistêmicos de alto custo.
Tratamento – Na carta, as sociedades médicas pontuam questões preocupantes em relação ao tratamento da dermatite atópica disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O texto destaca que a fototerapia enfrenta limitações devido à rede pública de saúde deficitária e pontua problemas na distribuição de medicamentos. Dentre eles, estão imunobiológicos, pequenas moléculas e ciclosporina, único medicamento imunossupressor aprovado em bula, há mais de 30 anos.
Além disso, também é salientada a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de novas classes terapêuticas, eficazes e seguras para o tratamento das formas moderadas a graves de dermatite atópica. Para as entidades, esse é um grande avanço na assistência médica aos pacientes. Porém, a carta pontua que essas novas classes de fármacos – imunobiológicos e pequenas moléculas – são medicamentos de alto custo, com necessidade de acesso regulado e critérios claros para a incorporação ao SUS.
Doença – A dermatite atópica é uma das principais doenças cutâneas crônicas inflamatórias em crianças e adultos. Ela está associada a várias comorbidades, como asma, rinosinusite crônica, complicações infecciosas cutâneas e alergia alimentar. Essa condição provoca grande impacto na qualidade de vida, com repercussões na escolaridade e produtividade do paciente e seus familiares.
A prevalência da dermatite atópica, segundo estudos internacionais, é estimada entre 5% e 20%, na população pediátrica. Em adultos, fica na faixa de 2% a 10%. De acordo com o International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC), no Brasil, a prevalência em crianças e adolescentes oscila de 3,4% a 12,5%. Esse estudo foi conduzido em 2012, envolvendo sete capitais do País.
Em 23 de setembro, se celebra o Dia Nacional de Conscientização sobre Dermatite Atópica. Para marcar a data, anualmente, a SBD promove uma campanha em prol do tema. Em 2022, o mote é “Dermatite atópica: saiba como controlar”, sendo que a intenção é mostrar que DA tem tratamento e controle.
No período da campanha, serão promovidas diversas iniciativas voltadas à população em geral, bem como também aos dermatologistas, médicos de outras especialidades e diferentes categorias com atuação na área da saúde. Nas peças, um dos principais objetivos é a promoção do combate à falta de informações sobre este tema que tanto impacta a saúde pública.
Fonte: SDB