A procura por atendimento médico é comumente motivada por alguma dor. Dentre elas, as queixas mais habituais nas instituições de saúde são as cefaleias, nome técnico dado às dores de cabeça, que se manifestam frequentemente como cefaleia tensional e enxaqueca, ambas com maior incidência em mulheres na faixa etária de 20 a 40 anos de idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, essas dores crônicas atingem aproximadamente 20% das mulheres brasileiras, enquanto o índice do sexo masculino fica entre 5% e 10%.
De acordo com dados de 2017 da Organização Mundial da Saúde, cerca de 15% da população do planeta sofre de enxaqueca, que é classificada como a sexta doença mais incapacitante do mundo.
Para Leonardo Ferraz, anestesiologista com especialização em Dor do Hospital Santa Catarina — Paulista, nenhuma dor corporal deve ser ignorada, mas sim tratada. “As pessoas deixam de procurar ajuda médica, porque invalidam a dor como doença ou acham que é algo natural da idade. Só que elas têm que ter em mente que, com o acompanhamento médico correto, elas podem ter melhor qualidade de vida e até se curar”, afirma.
Os motivos que causam esses tipos de dor são variados e, muitas vezes, não estão relacionados com outras doenças, mas possivelmente à rotina e à saúde psicológica do paciente — o que acaba dificultando o controle dos sintomas. Alguns exemplos são a postura, o nível de estresse e a ansiedade diária do paciente, seja por conta do uso constante do celular ou até da mudança de posição da visão de perto e para longe, que pode ocasionar uma maior possibilidade de cefaleia tensional.
As crises dessa enfermidade podem durar de quatro a 72 horas. A dor de cabeça pode ser leve ou intensa e, além de incomodar, é comum geralmente está localizada na parte superior da cabeça, podendo se estender até o pescoço e os ombros. Neste período há intolerância à luz, barulhos e cheiros, sensação de má digestão, refluxo, náuseas e, às vezes, vômitos.
Os recursos para tratamento de cefaleias também são diversos e envolvem medicamentos específicos, como relaxantes musculares, antidepressivos, ansiolíticos e analgésicos. Outras possibilidades de tratamentos para esta patologia incluem infiltração de pontos musculares na cabeça, infiltração de botox e infusões.
No Hospital Santa Catarina — Paulista, o grupo de controle de dor recebe todos os pacientes que buscam atendimento na instituição. O ambulatório, especializado em casos agudos e crônicos, disponibiliza uma equipe multidisciplinar para o tratamento dos pacientes.
“Em quadros agudos ou crônicos, é fundamental que a pessoa procure um especialista. A chave para resolver a dor crônica é quebrar a complexa interação de gatilhos físicos e psicológicos, conhecido como ciclo da dor”, declara o médico.
Fonte: Revista Exame.