A Distonia é uma doença caracterizada por contrações musculares involuntárias e espasmos incontroláveis, que são muitas vezes repetitivos, podendo causar posturas anormais e dolorosas para os pacientes. A Distonia pode ser idiopática, ou seja, ter sua origem indeterminada, ter causa genética ou pode estar associada a traumas, outras doenças neurológicas e uso de alguns medicamentos.
Os sintomas podem variar de acordo com a região afetada pela doença, como por exemplo as mãos, pescoço, cabeça, cordas vocais e olhos. Na distonia cervical, o pescoço é a parte mais atingida, provocando sintomas como inclinação involuntária do membro para a frente, para trás ou para os lados, com dor associada.
Segundo a Dra. Adriana Moro, médica neurologista e especialista em distúrbios do movimento, a distonia necessita de um tratamento multidisciplinar com fisioterapia e fonoaudiologia – quando a voz é afetada, porém atualmente a aplicação de toxina botulínica é a parte do tratamento que mais ajuda a diminuir as contrações musculares involuntárias e as dores características desta doença. As aplicações são administradas pelo médico diretamente nos músculos afetados, geralmente a cada 3 meses e é normal sentir leve dor no local da injeção. Embora seja incomum, as aplicações podem causar outros efeitos colaterais, de acordo com o local da injeção, como dificuldade para engolir, no caso de distonia cervical, por exemplo.
Para a paciente Michelle dos Santos, de 40 anos, o primeiro sintoma foi uma inclinação involuntária do pescoço para o lado esquerdo, o que a motivou a procurar um neurologista e recebeu o diagnóstico da distonia cervical. A partir disso, Michelle iniciou o tratamento com aplicações de toxina botulínica na região posterior e lateral do pescoço. Ela afirma que sua qualidade de vida mudou totalmente, pois conseguiu retomar a sua vida social, como ir em festas e sair com os amigos e familiares.
Além disso, medicamentos para tratar distúrbios do humor ou do sono também fazem parte da vida de quem convive com a enfermidade, pois segundo a Dra. Adriana, a distonia pode ser incapacitante e prejudicar o dia a dia e a autoestima do paciente. Outro tipo de tratamento que pode ser utilizado por profissionais médicos é a cirurgia, opção que normalmente só é realizada quando os outros tratamentos não são eficazes. A técnica mais indicada de operação é a de Estimulação Cerebral Profunda, na qual consiste a implantação de eletrodos dentro do cérebro que estão conectados a um pequeno dispositivo, semelhante a um marcapasso, que geralmente fica no tórax e envia impulsos elétricos para o cérebro, ajudando a controlar as contrações musculares. Já a segunda é a Desenervação Periférica Seletiva, que consiste no corte das terminações nervosas que estão causando espasmos musculares.
Caso você apresente alguns dos sintomas citados no texto, procure um médico neurologista ou vá à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência.
Fonte: Assessoria de imprensa | bcw.