Todo ano, no dia 20 de outubro, o Dia Nacional e Mundial da Osteoporose é celebrado. Esse dia é dedicado à conscientização de todo o mundo para prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. De acordo com a International Osteoporosis Foundation (IOF), estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas ao redor do mundo estejam afetadas pela condição. A osteoporose é uma enfermidade que se caracteriza pela perda de massa óssea e alteração na microarquitetura dos ossos. Isso leva a um aumento do risco de fraturas no corpo humano. E por ser silenciosa, muitas pessoas podem descobrir tardiamente esse diagnóstico. No entanto, existem maneiras de prevenir os efeitos e exames laboratoriais que podem auxiliar na detecção da osteoporose.
Segundo Dr. Pedro Saddi, médico endocrinologista, patologista clínico e diretor regional de São Paulo capital da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), os humanos têm a massa óssea construída desde o nascimento, atingindo o pico por volta dos 30 anos. A partir dessa idade, começa a ocorrer perda de massa óssea lentamente ao longo dos anos. “É importante destacar que estamos constantemente formando e reabsorvendo osso, um processo que chamamos de remodelação óssea. A diminuição da densidade mineral óssea ocorre quando a formação é menor que a reabsorção”, explica.
As mulheres costumam ser mais afetadas, por conta da aceleração dessa perda durante o período ao redor da menopausa. A estimativa, segundo a IOF, é que uma a cada três mulheres, mundialmente, com idade maior que 50 anos apresentará uma fratura por fragilidade óssea. Isso seria aproximadamente 9 milhões de casos ao ano. Saddi explica que elas são mais suscetíveis à osteoporose, devido à queda acentuada de estrogênio, um hormônio que ajuda na formação óssea, especialmente após a menopausa. “Além disso, as mulheres geralmente têm um pico de massa óssea menor que os homens, o que as torna mais vulneráveis à perda óssea relacionada à idade”, acrescenta o patologista clínico.
Fatores de risco para a osteoporose
De acordo com o endocrinologista, os fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose são:
- Idade avançada – o envelhecimento é um fator importante já que há perda progressiva de densidade mineral óssea;
- Sexo feminino – esse grupo tem maior risco, principalmente após a menopausa;
- Histórico familiar – pessoas com histórico familiar de osteoporose têm maior chance de desenvolver a doença;
- Baixo peso corporal – o Índice de Massa Corporal (IMC) baixo está associado a menor densidade óssea;
- Deficiência hormonal – redução dos níveis de estrogênio nas pessoas do sexo feminino (menopausa) e testosterona nas pessoas do sexo masculino, pode contribuir para a condição;
- Uso prolongado de corticosteroides – esses medicamentos, geralmente usados para tratar problemas de saúde como asma, eczema, lesões articulares e artrite reumatoide, podem levar à perda óssea;
- Baixa ingestão de cálcio e baixa vitamina D – essas deficiências nutricionais impactam negativamente a saúde óssea;
- Sedentarismo;
- Tabagismo e consumo excessivo de álcool;
- Condições crônicas como diabetes mellitus e artrite reumatoide.
Sinais de alerta e detecção da osteoporose
Apesar de ser uma doença que evolui de forma silenciosa, sem apresentar muitos sintomas, existem alguns sinais que quando presente devem despertar a hipótese de osteoporose. O diretor regional da SBPC/ML esclarece que uma fratura após uma queda simples, por exemplo, é o maior sinal de alerta para a doença. Além disso, a diminuição de estatura ou postura progressivamente curvada com o avançar da idade podem indicar fraturas vertebrais, condição que define a presença de osteoporose. Dor nas costas também pode ser sinal de fratura vertebral.
Para o diagnóstico da osteoporose, Dr. Pedro explica que o exame padrão para avaliação da densidade mineral óssea é a densitometria óssea (DXA). “O diagnóstico de osteoporose deve levar em conta as características clínicas do paciente e o resultado da densitometria. No entanto, alguns exames laboratoriais podem ser usados para avaliar fatores relacionados à saúde óssea”, explicita.
Os exames laboratoriais para avaliar a saúde óssea são:
- Cálcio sérico – essa substância ajuda a monitorar a função paratireoide e a saúde óssea. Níveis anormais podem indicar distúrbios de metabolismo ósseo;
- Calcio na urina – pode indicar perda desse mineral.
- 25-hidroxivitamina D – quando apresenta baixos níveis, indica deficiência de vitamina D, que associada à fragilidade óssea;
- PTH – níveis elevados desse indicador podem sinalizar hiperparatireoidismo, condição que leva à desmineralização óssea;
- Fosfatase alcalina – altos níveis podem indicar aumento da remodelação óssea, que pode estar associada a outras doenças do metabolismo ósseo;
- Marcadores de reabsorção óssea como telopeptídeo C-terminal (CTX) – eles ficam elevados em processos de perda óssea aumentada, como osteoporose.
O patologista clínico ainda diz que, para as pessoas do sexo feminino, é recomendado que a densitometria óssea seja realizada a partir dos 65 anos, ou mais cedo naquelas com fatores de risco. Nos indivíduos do sexo masculino, geralmente a avaliação é indicada a partir dos 70 anos, ou antes, dependendo de condições de risco. “Já os exames laboratoriais podem ser realizados a qualquer idade se houver suspeita clínica de deficiência nutricional ou hormonal ou ainda, a presença de outra doença que afete a saúde óssea”, complementa.
Prevenção da osteoporose
A prevenção da osteoporose se dá por diversas formas. Uma alimentação rica em cálcio e vitamina D, ou seja, consumo de laticínios, peixes gordurosos e exposição equilibrada ao sol ajudam a manter os níveis adequados dessas substâncias, segundo Dr. Pedro Saddi. Ele afirma também que ações como atividade física regular e caminhada, por exemplo, fortalece os ossos; parar de fumar e evitar o consumo excessivo de álcool, são formas de se ressalvar da doença.
Além disso, o monitoramento de saúde hormonal é fundamental para se evitar a osteoporose. “Mulheres na pós-menopausa devem discutir com seus médicos sobre a terapia de reposição hormonal, quando apropriado. Suplementação de cálcio e vitamina D também são importantes, se indicadas por um médico”, finaliza o diretor regional da SBPC/ML.
Fonte: Assessoria de Imprensa