Celebrado em 17 de outubro, o Dia Mundial de Conscientização da Dor visa alertar a população sobre a importância de identificar e tratar essa manifestação que é tão presente no cotidiano das pessoas. De acordo com o estudo¹ “Prevalência de dor crônica no Brasil: revisão sistemática”, mais de 45% dos brasileiros sofrem de dores crônicas, com maior prevalência em mulheres, tanto em adultas quanto idosas. Com relação ao tipo de dor com maior índice de queixas, o estudo revelou que, levando em conta todos os tipos de dor investigados, a região lombar é o local com maior prevalência de dor crônica (41,96%), seguido por membros inferiores, cabeça, articulações e membros superiores.
Os resultados estão alinhados aos de uma pesquisa conduzida pelo IBOPE, encomendada pela Bayer, que também trouxe dados surpreendentes no que se refere à dor: 3 a cada 4 participantes afirmam sentir algum tipo de dor frequentemente, com dores nas costas também figurando no topo da lista (38% dos respondentes). Entre as mulheres, a proporção é ainda maior, com a dor presente no cotidiano de 82% das respondentes. Como consequência, cerca de ¼ dos entrevistados toma algum analgésico, pelo menos, uma vez por semana.
Entendendo a dor e suas consequências
Definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ou semelhante àquela associada com lesão real ou potencial do tecido”, a dor se trata de uma resposta fisiológica protetora, a interpretação de uma informação que pode colocar em risco a integridade do nosso corpo. Apesar de incômoda, ela tem uma função muito importante: nos alertar quando algo que não vai bem em nosso organismo. Em situações agudas, ela nos adverte o risco de problemas sérios como, por exemplo, a iminência de um enfarte, uma crise de apendicite ou uma cólica renal. É devido à dor que procuramos por socorro médico.
Contudo, em sua forma crônica, a dor impacta negativamente a qualidade de vida do paciente, uma vez que afeta suas atividades do dia a dia, e não só isso, afeta também o seu emocional, provocando sensações como angústia, desânimo e desamparo.
As dores crônicas apresentam diferentes causas, e algumas delas se originam das estruturas musculoesqueléticas. À medida que vivemos mais, cresce o número de pessoas com dores na coluna, nas articulações, inflamações, doenças reumáticas e outros problemas que podem provocar dores crônicas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Estudo da Dor, a dor lombar baixa é o exemplo mais comum da dor musculoesquelética crônica (outros exemplos incluem o tendinite e tendinose)³. Algumas dessas dores podem ser consequências de movimentos repetitivos e rotineiros, e o home office demonstrou isso, com o aumento das queixas de dor.
Um estudo² conduzido pela Associação Latino-americana de Autocuidado Responsável (ILAR) revelou que dores lombares causam não apenas desconfortos físicos e emocionais para o paciente, mas também sobrecarregam os sistemas públicos de saúde, além de causarem altas despesas. Segundo a pesquisa, os gastos dos sistemas nacionais de saúde pública com lombalgia e outras três doenças comuns não graves (candidíase vaginal, resfriado, diarreia e lombalgia) chegam a US$ 2.7 bilhões (o equivalente a R$14 bilhões). Só no Brasil, são gastos cerca de US$1.2 bilhão (equivalente a R$6.2 bilhões) anualmente no atendimento destas condições no sistema público, atingindo a marca de 59 milhões de casos.
Como prevenir e tratar
Como a dor pode ter origem diversa, não há um tratamento único. Contudo, entidades como o ILAR afirmam que ações de autocuidado podem ajudar o indivíduo no manejo das dores do dia a dia. Além de medidas de prevenção necessárias para evitar que a dor surja — como a prática de atividades físicas regulares, cuidados com a postura, alimentação equilibrada, uma boa rotina de sono e gerenciamrnto do estresse –, outras estratégias eficazes podem ser o uso racional de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos isentos de prescrição.
Dores mais comuns, como as decorrentes de movimentos repetitivos, lesão articular ou muscular e as dores de origem inflamatória podem ser tratadas, por exemplo, com analgésicos comuns. Para este tipo de dor, o uso de anti-inflamatórios com naproxeno em sua fórmula pode ser uma medida eficaz no manejo dessas dores no dia a dia. Trata-se de um medicamento que ajuda a reduzir a dor e a inflamação, pois age inibindo uma classe de enzimas chamadas ciclo-oxigenases (COX1 e 2). Elas estão relacionadas à síntese de prostaglandinas — mediadores químicos que participam dos processos inflamatórios e de controle da dor.
Os medicamentos isentos de prescrição fazem parte das estratégias de autocuidado, favorecendo tanto o indivíduo (quando usado racionalmente), quanto o sistema de saúde, na medida que pode reduzir a procura desnecessária por serviços médicos. Mas é sempre importante ressaltar que o profissional médico deve ser consultado caso a condição dolorosa não se resolva de forma apropriada, ou se persistirem dúvidas com relação à condição de saúde.
Fonte: Assessoria de Imprensa