A artrite reumatoide é uma doença inflamatória, crônica e caracterizada, principalmente, pela inflamação das articulações. Autoimune, a enfermidade faz com que o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de vírus e bactérias, ataque o próprio corpo, comprometendo o seu funcionamento. Além das dores e possíveis deformidades nas articulações, pesquisadores descobriram outros problemas que têm impactado na qualidade de vida dos 2 milhões de brasileiros com artrite reumatoide: a depressão e os distúrbios do sono.
De acordo com o estudo “Artrite reumatoide e qualidade do sono”, publicado pela Revista Brasileira de Reumatologia em 2017, 81,5% das pessoas acometidas pela doença não tem uma boa qualidade de sono, o que pode estar relacionado com outros problemas de saúde, como depressão e apneia do sono. Os pesquisadores também trazem o dado do Annals of the New York Academy of Sciences, que afirma que o nível da citocina TNF-α, relacionada à privação do sono, aumenta em pacientes com artrite reumatoide, interferindo na qualidade do descanso. Outros elementos do estudo apresentam a possibilidade de a qualidade do sono ser prejudicada devido às dores nas articulações e aos níveis aumentados de glicocorticoides.
Apneia do sono e artrite reumatoide: possíveis causas e consequências
A apneia do sono em pacientes com artrite reumatoide se apresenta como um problema multifatorial, possivelmente, decorrente de fatores como obstrução devido ao aumento da circunferência do pescoço causada pelo uso de glicocorticoides, estreitamento das vias respiratórias por alterações na articulação temporomandibular (da abertura e fechamento da boca), reposicionamento do eixo cervical em casos de subluxação ou, até mesmo, pela diminuição do tônus muscular nas vias respiratórias. Outro aspecto que pode influenciar na apneia do sono é o Índice de Massa Corporal (IMC) dos pacientes: 60% dos participantes do estudo “Artrite reumatoide e qualidade do sono” apresentaram índice elevado de IMC.
Distúrbios do sono: fatores de risco para depressão
Estudos já confirmaram que o alto nível de proteína c-reativa (indicador de doenças inflamatórias) está associado ao aumento do risco de transtornos psiquiátricos em pacientes com artrite reumatoide, incluindo a depressão. Os quadros depressivos podem ser decorrentes dos sintomas, da atividade clínica da doença e/ou das consequências econômicas-sociais, como os impactos financeiros diretos e indiretos.
Pesquisas apontam que os distúrbios do sono são um importante fator de risco para o surgimento e a recorrência de quadros depressivos, que podem contribuir para a má adesão ao tratamento e incapacidades.
Tratamento
Por se tratar de uma doença autoimune inflamatória crônica, uma vez diagnosticada, a artrite reumatoide deve ser acompanhada e tratada ao longo da vida. É recomendável que o paciente tenha uma vida ativa e saudável, mas compatível às suas limitações, e repouse na presença de dor e fadiga. A abstenção do fumo e uma dieta equilibrada também são fatores importantes a serem considerados.
É possível combater as dores causadas pela doença com analgésicos e anti-inflamatórios. Mas esses medicamentos apenas tratam os sintomas, não interferindo na progressão da doença.
Atualmente, a estratégia mais inovadora no combate à artrite reumatoide tem sido identificar a molécula-chave atuante no desenvolvimento da doença e aplicar um anticorpo monoclonal que possa inibi-la. Desde 2015, os pacientes podem contar com uma opção de tratamento inovadora. Administrado por via oral, o citrato de tofacitinibe apresenta um mecanismo inovador que age dentro das células, inibindo a janus quinase (JAK), uma proteína importante nos processos inflamatórios característicos da enfermidade. Este é o primeiro tratamento oral, não biológico, do tipo MMCD (medicamento modificador do curso da doença reumática) alvo-específico desenvolvido para o tratamento da artrite reumatoide e apresenta o mesmo perfil de eficácia e segurança manejável em relação aos biológicos. Pela comodidade de ser oral, o tratamento pode contribuir para melhor adesão ao tratamento.
Fonte: Assessoria de imprensa.