A distonia é uma doença neurológica causada por movimentos involuntários que podem ocorrer em diversas partes do corpo. Sua principal característica são as contrações dos músculos favoráveis e desfavoráveis ao movimento, simultaneamente, que pode causar problemas de postura e dor, assim como aumento do tônus muscular. Em alguns casos, como na distonia cervical, também pode ocorrer tremor. Fatores como desidratação, estresse e alimentação inadequada podem agravar os sintomas.
Em geral, elas surgem devido a uma disfunção do sistema nervoso responsável por controlar o movimento muscular, em uma área denominada núcleos da base. Com seu funcionamento alterado, resulta na contração involuntária de alguns músculos. Sua origem pode ser genética, traumas na cabeça ou decorrente de doenças como AVC e Parkinson.
Podem ser classificadas como focais, segmentares, multifocal e generalizada, conforme explica o dr. Delson José da Silva, coordenador do Departamento de Transtornos do Movimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
“São focais quando se localizam somente em uma parte do corpo, como olhos (blefaroespasmo), por exemplo. Segmentares quando localizadas em mais de uma parte do corpo de forma contígua, como cervical e membro superior, olhos e boca, entre outros. Multifocal atinge mais de uma parte não contígua, e generalizada está presente em mais de duas regiões, incluindo um membro inferior”, esclarece o neurologista.
Segundo dr. Delson, a doença pode atingir qualquer faixa etária, assim como ser hereditária ou esporádica. Sobre o diagnóstico e tratamento, afirma: “O paciente com suspeita da doença passa por uma anamnese e exames clínicos para sua confirmação. Os exames complementares servem para afastar as causas secundárias em outras patologias que podem acarretar em distonias. O tratamento pode ser medicamentoso. Atualmente, indicamos aplicações de toxina botulínica, principalmente e, em especial, nas distonias focais”.
Até o momento, a distonia não possui cura, pois faz parte do grupo de doenças neurodegenerativas. Apesar dos avanços tecnológicos, na maioria das vezes não se encontra uma causa da doença, por isso os esforços se voltam pensando na redução da intensidade dos sintomas. Como não é passível de prevenção, se o indivíduo possuir histórico familiar, é aconselhável procurar orientação neurológica para conhecer melhor as chances de portar ou transmitir o seu gene.
Fonte: MaxPress