Principal causa dos afastamentos de trabalho, as mais de 120 doenças reumáticas são tema do 34º Congresso Brasileiro de Reumatologia, que segue no Centrosul até sábado (16), em Florianópolis. Com a presença de mais de 2.500 participantes, o evento reúne as novidades sobre o tratamento e o diagnóstico. Além das novas drogas produzidas pela indústria farmacêutica, o encontrou conta com a participação de 22 convidados internacionais. A palestra do norte-americano Michael McClung foi uma das mais concorridas. Ele criou uma calculadora que mede os riscos do paciente sofrer fraturas em função da osteoporose.
Organizador do congresso, o médico Ivânio Pereira destaca os benefícios para quem sofre de doenças reumáticas e para os profissionais da área. “550 pacientes de doenças reumáticas tiveram esclarecimentos sobre a necessidade de tratamento farmacológico ou não, atividades físicas, dietas e outras orientações. E para os médicos a atualização científica é importante. As doenças reumáticas são muito frequentes e, por isso, são as principais causas de afastamento de trabalho”, afirmou.
Diferente do senso comum, as doenças reumáticas não são exclusivas das pessoas mais velhas e podem ocorrer em qualquer faixa etária. Também não é correto afirmar que toda dor nas articulações é consequência de reumatismo. O fato é de que algumas das doenças reumáticas são hereditárias, segundo Ivânio.
No Brasil, a artrite reumatoide atinge 1% da polução e pode levar a incapacidade física. “Já osteoartrite, seguramente, depois dos 50 anos de idade, ocorre em mais de 30% da população. Até bem pouco tempo, ter uma doença reumática significava ter um curso evolutivo para deformidade e incapacidade definitiva, mas hoje esse cenário mudou radicalmente”, esclareceu.
As doenças reumáticas mais comuns são osteoporose, artrite reumatoide, fibromialgia, osteoartrite, lúpus, esclorodermia, síndrome de Sjögren, vasculites, entre outras.
Calculadora prevê o risco de fratura em vítimas de osteoporose
Fundador do Centro de Osteoporose de Oregon (EUA), o norte-americano Michael McClung foi um dos palestrantes desta quinta-feira (14). O médico é uma das referências no tratamento de osteoporose, sendo ele o criador da calculadora que mede os riscos de fratura em pacientes com essa doença.
“Essa ferramenta ajuda a calcular quais pacientes precisam de qual tipo de medicação. Hoje, não é possível identificar com as outras ferramentas e, assim, eles não são tratados porque não são identificados como potenciais pacientes de osteoporose. Com a calculadora, o objetivo é oferecer ao profissional médico uma ferramenta para direcionar a melhor medicação para cada paciente”, contou McClung.
O médico norte-americano elogiou os especialistas brasileiros. “Já vim para o Brasil dezenas de vezes nos últimos 20 anos e os reumatologistas aqui estão entre os melhores do mundo. A tecnologia adotada aqui não fica devendo em tratamento e pesquisa. Com destaque para os jovens médicos, que apresentam trabalhos em congressos internacionais com excelência”, comentou.
O presidente da SBR (Sociedade Brasileira de Reumatologia), George Christopoulos, destaca a importância do congresso que reúne pacientes, médicos e os laboratórios farmacêuticos. “A integração entre os médicos é um dos fatores da disseminação da informação que pode ser a solução para um profissional. Somente a fibromialgia atinge 2% da população, sem falar nas outras doenças reumáticas”, destacou.