Pacientes com a doença podem ter uma vida normal se tiverem o devido acompanhamento médico
O lúpus afeta aproximadamente 65 mil brasileiros, de acordo com uma estimativa divulgada pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). A doença pode provocar complicações graves nos rins, no cérebro, nos pulmões, no sangue e no coração, levando à morte. No entanto, até 90% dos pacientes têm uma expectativa de vida normal caso a condição seja controlada com o tratamento adequado.
O que é o lúpus?
Lúpus é uma doença autoimune crônica que pode causar inflamações e dor em todo o corpo. A função do sistema imunológico é combater possíveis ameaças ao organismo; no caso das doenças autoimunes, porém, o sistema de defesa pode comprometer os tecidos saudáveis do organismo. Os tipos da doença são classificados em:
- lúpus eritematoso sistêmico (LES) — tipo mais comum da doença, com sintomas que podem atingir diversos órgãos;
- lúpus discoide — provoca sensibilidade ao sol e erupções na pele, podendo evoluir para a condição sistêmica;
- lúpus induzido por drogas — podem ter muitos dos mesmos sintomas do LES, mas geralmente é temporário e desaparece com a suspensão de medicamentos;
- lúpus neonatal — condição rara em crianças que herdam anticorpos da mãe quando a doença ocorre na gravidez.
Quais são os sintomas do lúpus?
O lúpus tem uma grande variedade de sintomas que também podem ser indicativos de outras condições médicas. Às vezes, os sinais podem ser leves ou imperceptíveis, o que significa que a doença está em remissão; outras vezes, o paciente pode experimentar sintomas graves da doença em surtos ou ondas que afetam a vida diária.
Os principais sintomas são:
- dor nas articulações;
- dor muscular;
- erupções cutâneas;
- febre;
- sensibilidade à luz solar;
- perda de cabelo;
- fadiga.
O que causa o lúpus?
A causa do lúpus é atualmente desconhecida. A doença não é contagiosa nem pode ser transmitida de uma pessoa para outra. Mesmo que a origem exata não seja conhecida, existem fatores que podem influenciar a condição, como:
- alterações hormonais — mulheres durante os anos reprodutivos (com idade entre 15 e 44 anos), quando os níveis de estrogênio são mais altos, têm maior risco de desenvolver a doença;
- fatores ambientais — exposição ao sol ou a vírus, medicamentos, tabagismo e até mesmo estresse podem ser possíveis causas dessa enfermidade;
- genética — a ocorrência de lúpus entre familiares aumenta o risco de ocorrência da patologia.
Como o lúpus é diagnosticado?
O processo de diagnóstico pode ser longo e difícil. Os sinais da doença podem se sobrepor aos de outras condições, como diabetes e artrite. Os sintomas também podem levar tempo para se desenvolver, aumentando o desafio da identificação.
Além da verificação do histórico familiar e dos sintomas, exames laboratoriais podem ser realizados para verificar anormalidades como baixa contagem de células sanguíneas e anemia. Fator antinúcleo (FAN) ou anticorpos antinúcleo (ANA) são ferramentas importantes para confirmar o diagnóstico da doença autoimune.
Como o lúpus é tratado?
Atualmente não há cura para o lúpus. A doença é crônica e precisa ser tratada regularmente. O objetivo é fazer os sintomas entrarem em remissão, limitando a quantidade de danos que a doença causa aos órgãos. Entre os medicamentos utilizados no tratamento, estão anti-inflamatórios, antimaláricos, corticoides e imunossupressores.
O lúpus é imprevisível, e a forma como a condição afeta o paciente pode mudar ao longo do tempo. Por isso, é necessário visitar regularmente o médico e adaptar o plano de cuidados para que corresponda aos sintomas.
Engravidar na fase ativa da doença não é recomendado. Também é importante evitar os fatores que funcionam como gatilhos para a resposta autoimune do organismo, como sol, uso de estrógenos e de outros medicamentos, além de estresse.
Fontes: Revista Newslab/ Tua Saúde/ Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)/ Ministério da Saúde/ Summit Saúde.