O Benefício de Prestação Continuada (BPC), garantido pela LOAS, assegura um salário mínimo mensal a idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência em situação de pobreza — sem exigir contribuição prévia ao INSS. No entanto, a permanência depende de cuidados constantes: pequenos deslizes burocráticos podem levar à suspensão ou corte. Entender os motivos e agir antes que haja interrupção é essencial para proteger esse direito.
Principais causas de suspensão ou cancelamento
Um dos motivos mais comuns para o bloqueio é a desatualização do Cadastro Único (CadÚnico). Desde a atualização normativa recente, tornou-se obrigatória a renovação do cadastro a cada 24 meses, sob pena de suspensão temporária até que a pendência seja regularizada. O governo notifica o beneficiário com antecedência, mas é preciso atenção para não perder prazos.
Outra causa frequente é o aumento da renda familiar que ultrapassa o limite legal de até 1/4 do salário mínimo por pessoa. O cruzamento sistemático de dados com outros bancos de informação, incluindo o CNIS e outras bases governamentais, tem se intensificado para identificar inconsistências e prevenir fraudes, o que torna mais sensível qualquer divergência nas declarações.
No caso de pessoas com deficiência, a ausência não justificada em perícias ou avaliações pode resultar em corte imediato do benefício. Além disso, fatos como mudança de endereço não comunicada, óbito do titular, ou acúmulo com benefício incompatível também são monitorados e podem levar à suspensão.
Medidas preventivas para manter o benefício ativo
A primeira ação é manter o CadÚnico em dia. Atualizações devem ser feitas sempre que houver mudança na composição familiar, renda ou residência, e ao menos a cada dois anos quando não há mudança. O atendimento é feito no CRAS local; não é necessário ir direto ao INSS para essa atualização — basta regularizar no Centro de Referência e, se houver bloqueio, ligar para a central 135 para acelerar o desbloqueio.
É fundamental acompanhar as notificações por meio do aplicativo Meu INSS ou pelos comunicados físicos e eletrônicos. Ignorar exigências, como convocações para revisão, pode ser interpretado como abandono do benefício. O sistema já utiliza inteligência de dados e ferramentas que detectam informações discrepantes, então transparência e rapidez na correção são estratégias defensivas.
Organizar e manter atualizados os documentos da família também evita entraves: identidade, CPF, comprovantes de residência, comprovantes de renda e, no caso da deficiência, laudos médicos recentes com assinatura de profissional habilitado. Ter cópias físicas e digitais facilita a regularização quando solicitado.
Ao perceber a interrupção, o primeiro passo é checar o motivo pelo portal ou aplicativo Meu INSS, consultando a situação e eventuais exigências. Se a causa for cadastral, a correção deve ser feita no CRAS, e o beneficiário pode informar a regularização pela central 135 para que o desbloqueio ocorra em até 72 horas após o início do processo.
Quando não há solução administrativa — por exemplo, se o cancelamento for indevido — é possível buscar apoio jurídico. A Defensoria Pública ou advogados especializados em direito previdenciário podem ajuizar revisão ou reintegração do benefício. É recomendável reunir toda documentação que comprove a elegibilidade original e as correções realizadas.
O contexto das mudanças e a nova governança do BPC
Em 2025, a gestão do BPC passou por uma reformulação visando maior rigor e eficiência. Além da atualização obrigatória do CadÚnico, as análises passaram a incluir cruzamentos automáticos com outras bases e uso de sistemas de gestão de risco para validar informações e reduzir fraudes. Essas inovações prometem tornar o programa mais justo, mas exigem mais vigilância dos beneficiários sobre seus dados.
Conclusão
O BPC é uma proteção essencial para quem não tem suporte próprio, mas sua permanência exige atenção contínua. Atualizar o CadÚnico, responder às convocações, manter os documentos organizados e acompanhar avisos no Meu INSS são medidas simples que evitam cortes injustos. Em caso de interrupção, agir rápido — regularizando pendências ou buscando apoio legal — pode restabelecer o benefício. Informação e proatividade são as melhores defesas para garantir o mínimo existencial.
Fonte: Informe Brasil.






























