O nosso bem-estar está diretamente ligado ao equilíbrio da saúde do corpo somado ao controle do estado emocional. Da mesma maneira, estudos recentes mostram que certos tipos de estresse psicológico podem desencadear um processo inflamatório temporário ou mais longo para regular a inflamação, o que acaba provocando a dor crônica.
As emoções se originam no cérebro e envolvem nossos órgãos sensoriais, no entanto, o corpo humano está completamente integrado. Assim, sentimentos como tristeza, estresse, tensão, medo e insegurança também podem se manifestar no corpo.
A dor nas costas, por exemplo, é considerada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como o problema de saúde mais comum entre os brasileiros, afeta 40% da população. A falta de apoio emocional adequado muitas vezes está por trás da dor na parte superior das costas e, às vezes, esse desconforto é causado por sentimentos de rejeição.
Também é comum pessoas sentirem dores no estômago mesmo sem apresentar nenhuma alteração inflamatória gástrica. O estresse, o nervosismo, a ansiedade e outras questões emocionais estão fortemente ligadas a esse tipo de dor, que tende a passar quando o emocional se equilibra.
Um estudo de psicologia, desenvolvido por Suely Maria Santos da Silva França em sua tese de doutorado para a Universidade de São Paulo, apresentou histórias de vida de mulheres com diagnóstico clínico de dores crônicas. Em sua pesquisa, ela relata como a dor crônica compromete o bem-estar, impactando diretamente na saúde e elevando o risco de doenças como ansiedade e depressão.
A dor emocional se torna física quando aquilo que deveria ser resolvido ou suportado na mente acaba desencadeando sintomas e doenças no corpo, em um processo conhecido como somatização. É como se o indivíduo tivesse extrapolado seu limite emocional.
Todos nós passamos por frustrações em nossas vidas, algumas muito mais dolorosas que outras, mas tudo depende da maneira como você as encara. Guardar mágoas e não expressar nossa dor emocional, faz que o cérebro produza substâncias químicas ligadas ao estresse, reduzindo nossas defesas e desencadeando doenças.
Isso não quer dizer que precisamos colocar para fora absolutamente tudo o que sentimos e, sim, que somos responsáveis por buscar equilíbrio em todas as esferas de nossa vida. É o exagero que nos leva a disfunção, seja física, seja emocional ou até mesmo espiritual, caso você seja uma pessoa religiosa.
E como ferramenta para arquitetar a mente e, assim, controlar nossas emoções, o Yoga vêm para nos ajudar a ampliar nossa consciência sobre o corpo, de forma integrada. Estudos no mundo inteiro têm apontado o Yoga como um dos recursos que mais auxiliam pacientes com dor crônica. A prática regular traz inúmeros benefícios, como auxiliar no gerenciamento do estresse e promover melhoria postural.
Através de posturas, exercícios respiratórios e meditação, o praticante é guiado a uma maior consciência corporal e emocional, de forma integrada. As posturas – os asanas – nos ajudam a manter a estabilidade e a encontrar o conforto físico, proporcionando uma maior consciência corporal. Já os exercícios respiratórios – pranayamas – promovem um estado de maior equilíbrio fisiológico, aumentando a nossa capacidade respiratória, diminuindo a nossa necessidade de oxigênio e harmonizando corpo e mente. Por fim, a meditação promove um profundo relaxamento consciente, nos ajudando a melhorar a concentração, a atenção, diminuindo o estresse e nos guiando na longa jornada de autoconhecimento.
*Rosane Abude é professora de Yoga formada pelo Yogabahia com certificação internacional pelo Instituto Kaivalyadhama, na Índia. Pratica meditação há mais de 20 anos, é empresária, promove cursos e formações online e administra o projeto Yoga nas Empresas
Fonte: Bahia Notícias*
*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias