Conheça a Espondilite Anquilosante, uma doença rara que atinge apenas 1% da população mundial e pode afetar coluna e limitar movimentos.
No vasto calendário da saúde, a data de 7 de maio é reservada para lembrar o Dia Mundial da Espondilite Anquilosante. Mas você sabe o que significa isso? A doença crônica tem como principais sintomas: dor persistente na coluna, que melhora com exercício e piora com repouso, e rigidez matinal da coluna.
Embora atinja pequena parte da população – cerca de 1% – a doença não tem cura e pode limitar consideravelmente os movimentos do paciente, devido às dores, calcificação e enrijecimento da coluna.
Segundo o ortopedista Bruno Bonacin Moura, professor do curso de Medicina da Universidade Positivo, a espondilite anquilosante inicialmente costuma causar dor nas nádegas, que geralmente se espalha pela parte traseira das coxas e parte inferior da coluna – atingindo com maior intensidade um dos lados do corpo. Inflamação das articulações dos quadris, ombros, joelhos e tornozelos também são frequentes.
Alguns pacientes podem sentir fadiga, ter anemia, uveíte (inflamação nos olhos), perder apetite e peso. Já a inflamação das articulações entre as costelas e coluna vertebral pode causar dor no peito e prejudicar a respiração profunda”, completa o ortopedista.
A doença atinge três vezes mais homens que mulheres, com idade entre 20 e 40 anos, porém, as causas da doença não são claramente definidas. Estudos demonstram a existência de um fator genético facilitador para a doença – a presença do antígeno HLA-B27 – relacionado também a outras disfunções reumáticas classificadas como espondiloartrites: artrite psoriásica, artrite reativa, Síndrome de Reiter e artropatias enteropáticas (associadas a doenças inflamatórias intestinais).
O diagnóstico precoce da doença agiliza o tratamento, que busca minimizar a inflamação e dor e estacionar a progressão da doença, mantendo a mobilidade das articulações e a postura ereta.
O tratamento consiste em fisioterapia e exercícios para correção postural, uso de relaxantes musculares e analgésicos para alívio da dor, além de medicamentos que ajudam a inibir a evolução da doença.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza os medicamentos mediante cadastro e acompanhamento do paciente. “Após a fase aguda da doença, pacientes que realizam um programa regular de exercícios, podem chegar a fazer uso de remédios com doses reduzidas ou apenas esporadicamente”, ressalta o Dr. Bruno Moura.
O diagnóstico da espondilite anquilosante geralmente é feito a partir de uma detalhada anamnese e exames de imagem, como radiografia, tomografia e ressonância magnética. Existe ainda um teste molecular para detecção do alelo HLA-B27, que auxilia na investigação de casos de pacientes com sintomas reumáticos.
A presença ou positividade do marcador genético HLA-B27 não fará o diagnóstico isoladamente, mas pode colaborar em casos que os demais exames não sejam conclusivos”, comenta Moura. Cerca de 90% dos pacientes com espondilite anquilosante são HLA-B27 positivos.
O exame molecular utiliza a técnica de PCR (Reação em cadeia da Polimerase), que consiste em amplificar milhares de vezes uma região específica de DNA. “A tecnologia permite uma análise de alta sensibilidade, com resultados que podem ficar prontos em algumas horas”, revela Lucas França, responsável pelo laboratório da Mobius Life Science.
Fonte: Vida e Ação